Jorge Moreira - Presidente da Direcção Executiva
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Editorial
Jorge Moreira - Presidente da Direcção Executiva
Benção das Capas
«A meu ver, o Dia da Bênção das Capas no seu todo (cerimónia religiosa e baile de finalistas) é um dia razoavelmente especial. Simboliza a passagem pelo último ano do secundário em direcção ao ensino universitário.»
«O dia da Bênção das capas é, sem dúvida, um dia muito especial. Vou dizer o que sinto, evitando usar o lugar-comum ”é o fim de mais uma etapa”.Para além de vestir um smoking, ir à igreja e ser abençoado (espero que bem abençoado) significa que, de facto, já me sinto bem adulto (ainda jovem!). O “peso” da capa é o peso da responsabilidade de terminar o 12.º ano e reflectir seriamente sobre o futuro. É o não que-rer desiludir os que me são próximos e queridos e isso também se estende aos meus professores. É o culminar de uma etapa de sonhos, de muito trabalho para os conseguir e muitos sacrifícios. É a sensação de que vale a pena o esforço.»
Pedro Nuno Tranquada Gomes - 12º 9
«Todos nós iremos atribuir uma concepção diferente ao dia da Bênção das Capas, todavia haverá um brilho comum nos olhos de todos os estudantes que vão participar. Neles reflectem-se a alegria e o orgulho de estar a um passo do mundo Universitário.»
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): A criação do Liceu do Funchal e sua instalação
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910):
A criação do Liceu do Funchal e sua instalação
(Na foto, o primeiro edifício do Liceu do Funchal)
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): As instalações
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910):
As instalações
O Liceu ficou instalado no mesmo local onde funcionavam as “Aulas do Páteo”, que tinham sido decretadas em 1772 pelo Marquês de Pombal e que constavam de 3 aulas de latim, uma de grego, outra de retórica e outra de filosofia. O local era uma dependência do Colégio dos Jesuítas, na rua dos Ferreiros, onde hoje é uma loja e armazém de vinhos. Situava-se num rés do chão e tinha apenas três salas3, apesar de o Art.º 59º do Decreto de 17 de Novembro de 1836, determinar que “Os Liceus serão estabelecidos em edifícios públicos, bem situados e saudáveis, e quanto puder ser apropriados à boa ordem e economia das aulas”.Com o passar dos anos o número de alunos aumentou e as novas orientações pedagó-gicas tornaram o espaço, já de si exíguo, no maior pesadelo para o reitor e para os professores, impróprio para a prática lectiva, visto ser uma casa velhíssima, em péssimas condições higiénicas, não tinha capacidade necessária para as aulas estabelecidas por lei que regula o ensino secundário, nem a mobília indispensável para a frequências delas, levando a um estado de degradação. Em 1850, o Governador Civil Conselheiro José Silvestre Ribeiro num relatório enviado para o Ministério, após algumas reparações que mandara executar, afirma: “Espero que na abertura do próximo futuro ano lectivo, as aulas apresentarão estado bem diferente que até agora tinham, podendo ser visitadas por nacionais e estrangeiros, sem que o aspecto delas seja, como por muito tempo foi, um motivo de vergonha para todos nós.”4 Assim o Conselho, em 23 de Março de 1867, delibe-rou que se oficiasse ao Governo de sua Majestade que através da Repartição das Obras Públicas se procedesse à escolha de local e orçamento de despesa a fazer com um liceu, “porquanto é sobejamente conhecido a impossibilidade e inconveniência que há em que este estabelecimento continue com a exiguidade de condições em que se acha, exigui-dade que se converte em prejuízo do ensino e disciplina por que cumpre zelar.”5Apesar de todos os pedidos e deliberações, o estado das instalações continuava em estado miserável, com somente três salas frias, húmidas, escuras. Em 18746 o Conselho volta novamente a consultar o Governo acerca do péssimo estado do edifício e sobre a conveniência de transferir o edifício do Liceu para a casa onde está o asilo que se destinara para o Lazareto. Ainda, devido ao péssimo estado de ruína do edifício, o Conselho em sessão de 3 de Junho de 1880, resolve não realizar qualquer comemoração para se associar aos festejos do tricentenário de Camões.Após diversas e constantes insistências dos principais responsáveis, o liceu muda-se para a casa do Barão de S. Pedro - actual DRAC - na Rua dos Ferreiros, melhorando imenso as condições de ensino e de aprendizagem, permitindo o funcionamento das salas de estudo criadas pela lei de 11 de Junho de 1880.
Jorge Moreira - Grupo 400
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): As instalações
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910):
As instalações
O Liceu ficou instalado no mesmo local onde funcionavam as “Aulas do Páteo”, que tinham sido decretadas em 1772 pelo Marquês de Pombal e que constavam de 3 aulas de latim, uma de grego, outra de retórica e outra de filosofia. O local era uma dependência do Colégio dos Jesuítas, na rua dos Ferreiros, onde hoje é uma loja e armazém de vinhos. Situava-se num rés do chão e tinha apenas três salas3, apesar de o Art.º 59º do Decreto de 17 de Novembro de 1836, determinar que “Os Liceus serão estabelecidos em edifícios públicos, bem situados e saudáveis, e quanto puder ser apropriados à boa ordem e economia das aulas”.Com o passar dos anos o número de alunos aumentou e as novas orientações pedagó-gicas tornaram o espaço, já de si exíguo, no maior pesadelo para o reitor e para os professores, impróprio para a prática lectiva, visto ser uma casa velhíssima, em péssimas condições higiénicas, não tinha capacidade necessária para as aulas estabelecidas por lei que regula o ensino secundário, nem a mobília indispensável para a frequências delas, levando a um estado de degradação. Em 1850, o Governador Civil Conselheiro José Silvestre Ribeiro num relatório enviado para o Ministério, após algumas reparações que mandara executar, afirma: “Espero que na abertura do próximo futuro ano lectivo, as aulas apresentarão estado bem diferente que até agora tinham, podendo ser visitadas por nacionais e estrangeiros, sem que o aspecto delas seja, como por muito tempo foi, um motivo de vergonha para todos nós.”4 Assim o Conselho, em 23 de Março de 1867, delibe-rou que se oficiasse ao Governo de sua Majestade que através da Repartição das Obras Públicas se procedesse à escolha de local e orçamento de despesa a fazer com um liceu, “porquanto é sobejamente conhecido a impossibilidade e inconveniência que há em que este estabelecimento continue com a exiguidade de condições em que se acha, exigui-dade que se converte em prejuízo do ensino e disciplina por que cumpre zelar.”5Apesar de todos os pedidos e deliberações, o estado das instalações continuava em estado miserável, com somente três salas frias, húmidas, escuras. Em 18746 o Conselho volta novamente a consultar o Governo acerca do péssimo estado do edifício e sobre a conveniência de transferir o edifício do Liceu para a casa onde está o asilo que se destinara para o Lazareto. Ainda, devido ao péssimo estado de ruína do edifício, o Conselho em sessão de 3 de Junho de 1880, resolve não realizar qualquer comemoração para se associar aos festejos do tricentenário de Camões.Após diversas e constantes insistências dos principais responsáveis, o liceu muda-se para a casa do Barão de S. Pedro - actual DRAC - na Rua dos Ferreiros, melhorando imenso as condições de ensino e de aprendizagem, permitindo o funcionamento das salas de estudo criadas pela lei de 11 de Junho de 1880.
Jorge Moreira - Grupo 400
(Na foto, o segundo edifício do Liceu, a Casa dos Barões de S. Pedro, actual D.R.A.C.).
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): Os Alunos
Os Alunos
Se analisarmos o número de alunos inscritos desde a sua criação 1837 até 1910 podemos constatar um crescimento pouco acentuado, denotando pouco interesse e escassa motivação, quer dos pais, quer dos alunos.
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): Os Reitores e os Professores
Os Reitores e os Professores
1866 - 1881Dr. Francisco de Andrade
1881 - 1910Dr. Nuno Silvestre Teixeira
(Na foto, Dr. Alberto Figueira Jardim, reitor do Liceu entre 1923 e 1924 e entre 1927 e 1929)
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): Reitores
Reitores
Durante o período da monarquia constitucional muitos professores, com a sua competência e com o seu elevado nível de desempenho, deixaram marcas profundas na qualidade do ensino ministrado e também contribuíram para o incremento cultural do nosso arquipélago.É de destacar, entre outros importantes vultos do ensino, letras e cultura, o Dr. Álvaro Rodrigues de Azevedo, ilustre jurista, que regeu, durante 25 anos a cadeira de retórica, poética e literatura, distinguindo-se sempre pela proficiência com que ensinou a sua cadeira, sobre as quais publicou alguns trabalhos de elevado valor científico, que lhe deram direito a ser considerado um dos mais distintos professores do país, na especialidade.Prestou elevadíssimos serviços à causa pública, tendo exercido, durante muitos anos, diversos cargos administrativos. De entre os trabalhos merecem destaque as anotações à importante obra histórica “As Saudades da Terra” de Gaspar Frutuoso, que constituem um precioso repositório da história do nosso arquipélago.O Dr. Francisco de Andrade foi nomeado professor proprietário da cadeira de gramática portuguesa e latina e clássicos portugueses e latinos, no Liceu Nacional do Funchal. Foi autor de “Princípios da Gramática Portuguesa”, publicada em 1844 e da “Gramática Portuguesa das Escolas Primárias”, obra que teve cinco edições. Foi nomeado vereador da Câmara Municipal do Funchal e reitor do Liceu de 1866 a 1881. Foi um dos mais distintos professores que teve o Liceu.
O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): Acontecimentos relevantes
Acontecimentos relevantes
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): O Liceu Central do Funchal como única Instituição do Ensino Secundário
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926):
O Liceu Central do Funchal como única Instituição do Ensino Secundário
É no contexto de crescimento da cidade do Funchal, embora limitado pelos condicionalismos da insularidade, fora dos grandes centros de decisão, que se enquadra o Liceu Central do Funchal, como único estabelecimento de instrução secundária, dependente do Ministério do Reino.Por isso, não nos admira que as autoridades, que se encontravam à frente dos destinos da governação, tivessem um carinho muito especial pelo Liceu, reconhecendo o papel de relevo que ele desempenhava na promoção sócio-económica e educacional dos jovens e, também, no enriquecimento cultural das gentes do arquipélago.O prestígio que gozava o Liceu era atestado pelos inúmeros ofícios enviados à Reitoria pelas entidades locais, aquando da tomada de posse, nos quais comunicavam terem assumido determinados cargos e oferecendo a sua colaboração.Verificamos que apresentaram comunicações da tomada de posse Governadores Civis do Distrito, Presidentes da Comissão Administrativa, Comissão Administrativa da Câmara, Juíz do Distrito, Cônsules dos Países Baixos, da Bolívia, dos Estados Unidos do Brasil, Chefe de Repartição de Finanças do e Comissário de Polícia Cívica do Funchal.Importa, ainda, salientar que quando o reitor se dirigia às entidades, solicitando apoios no sentido de atenuar as enormes carências financeiras, referia-se sempre que era um assunto de grande importância para a cidade e exortava os funchalenses para que protegessem o seu primeiro estabelecimento de ensino.11Apesar de todas as vicissitudes, o Liceu Central do Funchal, depois designado de Jaime Moniz, desde 1919 - em homenagem ao madeirense ilustre, antigo Presidente do Conselho Superior de Instrução Pública e autor da Reforma do ensino liceal de 1895 - desempenhou um papel de relevo no domínio da instrução.Como única instituição do ensino secundário no arquipélago era acarinhada e estimada pelas entidades locais, como oportunamente referi. Contribuiu, ao longo de decénios, para alfabetizar e instruir várias gerações de jovens que, ou ficavam na ilha, na sua esmagadora maioria, contribuindo para o seu desenvolvimento sócio-económico e cultural, ou iam para a metrópole cursar Medicina, Direito ou outros cursos.Foi notória a influência da insularidade e consequente isolamento no seu modo de funcionamento: morosidade no equacionamento das situações, provocadas pela escassez de ligações marítimas; carência endémica de docentes profissionalizados, colmatada pelo recurso, quer a militares que por aqui passavam, acidentalmente, em comissão de serviço, quer a licenciados, bacharéis em medicina ou em direito que exerciam a sua profissão nesta cidade; carência de verbas e de material didáctico, denunciadoras do centralismo sufocante do Governo, sediado em Lisboa.Verificou-se também que a instabilidade política do regime republicano afectou, de uma forma muito sensível, o regular funcionamento deste estabelecimento de ensino, apesar da distância, do efeito temperador da insularidade: actos generalizados de indisciplina, mudança constante de reitores, assaltos, arrombamentos do edifício.Em suma, numa ilha bafejada pela amenidade do clima, mas perdida na imensidão do Atlântico, o Liceu do Funchal constituíu um polo dinamizador no incremento sócio-económico e cultural do Arquipélago.
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): A figura do Reitor
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926):
A figura do Reitor
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): Os Professores
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926):
Os Professores
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): Alunos
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926):
Alunos
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): A disciplina: infracções e penas
A disciplina: infracções e penas
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): Abertura das aulas
Abertura das aulas
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): As instalações do Liceu e as dificuldades financeiras
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926):
As instalações do Liceu e as dificuldades financeiras
Em 1881 o Liceu passou para a Casa do Barão de S. Pedro, quase no fim da Rua dos Ferreiros24.Melhorou alguma coisa com a mudança, visto que o primeiro edifício apenas era composto de três salas de aula. No entanto o novo edifício, apesar de ser maior, continuava a ser uma casa velhíssima e com péssimas condições higiénicas25. Em 23 de Outubro de 1913, o reitor informava o Director Geral de Instrução Secundária Superior e Especial de já ter feito sentir, por diversas vezes, ao Governador Civil do Distrito, a imperiosa necessidade da mudança do edifício do Liceu, dadas as más condições pedagógicas. Sugeria, ainda, que essa mudança fosse feita para o antigo Paço Episcopal, edifício amplo e bem situado e alertava para que fossem tomadas as devidas providências, no sentido de se efectuar reparos importantes, cujo custo podia calcular-se “grosso modo” em uns seis a sete contos de reis26. Após aturadas negociações, o Reitor tomou posse do Paço Episcopal e através de um telegrama enviado à Direcção Geral de Instrução Secundária27, no dia 13 de Dezembro do ano 1913, foi efectuada a mudança para as novas instalações, nas férias de Natal. No entanto, deviam ter-se realizado vários melhoramentos importantes para que a adaptação se fizesse em condições, mas faltou o dinheiro do Estado, faltou o dinheiro prometido pela Junta Geral. O Novo edifício, apesar de ter maior número de salas de aulas, continuava a não possuir as condições mínimas para uma verdadeira escola de instrução secundária.A problemática das instalações perpassa todo o regime republicano, agravada pelo desgaste, pela topografia do edifício (rés-do-chão e quatro andares) e pela número crescente de jovens que pretendiam adquirir formação secundária ou superior.Em 1922, novamente, o reitor dirigindo-se ao Presidente do Senado Municipal do Funchal, denunciava as enormes dificuldades que o liceu então atravessava devido à precaridade das suas instalações, escassez de pessoal menor e carência de meios financeiros. “Este Liceu recebe do Estado uma verba verdadeiramente mesquinha em relação às suas múltiplas necessidades, verba que mal chega para o expediente e pequenas beneficiações no edifício. Alguns laboratórios estão ainda em embrião e outros, embora dotados dalgum material estão muito longe de possuir o indispensável. E como V. Exa. sabe, sem o material didáctico necessário não pode haver ensino verdadeiramente profícuo. Mas além dos interesses da instrução, há outros que também afectam directamente o bom nome desta cidade. Os estrangeiros que frequentemente nos visitam, designadamente alguns pertencentes a missões científicas, por vezes vêm ao liceu, e V. Exa. compreende quanto é ve-xatório para todos nós patentear-lhes a penúria do primeiro estabelecimento de instrução pública da cidade. (...)28O estado de penúria era tão evidente, em instalações laboratoriais, que em termos comparativos com os liceus do continente, o nosso liceu jamais poderia igualar-se. “... com os outros Liceus do país que têm excelentes laboratórios e podem, consequentemente, dar aos seus alunos uma melhor preparação. Não se julgue que são poucos os Liceus em boas condições no que respeita a material de ensino: os cinco liceus de Lisboa, três do Porto e o de Braga têm laboratórios que na maior parte chegam a ser opulentos; os de Santarém, Viseu e Aveiro, pelo menos, têm explêndidas instalações. E os restantes liceus do país estão em melhores condições que o nosso...”29Este lamento era revelador do abandono e falta de atenção do poder central em relação aos assuntos desta ilha.Para suprir as enormes carências com que se debatia, o Liceu lançava mão a diversos expedientes: solicitava apoio às entidades governamentais do arquipélago, nomeadamente à Junta Geral do Distrito e à Câmara Municipal do Funchal que todos os anos concediam subsídios imprescindíveis ao funcionamento desta prestigiada instituição de ensino.
Jorge Moreira - Grupo 400
O LICEU DURANTE A REPÚBLICA (1910 – 1926): Acontecimentos relevantes
Acontecimentos relevantes
Jorge Moreira - Grupo 400
O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974): Actividades circum - escolares
O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974):
Actividades circum - escolares
O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974): Alunos
O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974):
Alunos
O derrube da República Democrática e a instauração da nova ordem política, com a Revolução de 28 de Maio de 1926, trouxe ao país uma maior estabilidade sócio-política que se reflectiu numa fase de crescimento do número de alunos inscritos, atingindo o valor de 457, em 1931. Contudo esta tendência de crescimento foi inflectida, a partir de 1936, devido à crise internacional e à guerra civil de Espanha, atingindo um número mínimo de 237, em plena 2ª Guerra Mundial (1940/1941).O fim da 2º Guerra Mundial e a nova conjuntura internacional que se caracteriza por uma fase de reconstrução e de crescimento da economia mundial trouxe novas perspectivas de confiança e de paz.Verifica-se uma tendência longa de crescimento que se inicia em 1945/46, com um número recorde de alunos inscritos (554) e que atingirá o limite máximo no ano que antecede a revolução de 25 de Abril de 1974 (2819), devido às reformas encetadas no final do regime, conhecida como a Reforma de Veiga Simão que inicia o processo de democratização do ensino.
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(Na foto, Coronel Ramiro Morna do Nascimento, no ano em que entrou para o Liceu)
O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974): Professores
O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974):
Professores
O número de professores durante este período permanece mais ou menos cons-tante, com ligeiras alterações, variando entre 20 e 35. Eram na sua maioria de sexo masculino e uma grande parte eram efectivos, mantendo, no entanto, uma percentagem de professores provisórios que variava entre 25% a 50%.
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(Na foto, Horácio Bento de Gouveia, professor de Português e Latim no Liceu do Funchal em 1946)O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974): Os Reitores
Os Reitores
Durante o Estado Novo, a figura do reitor adquire uma maior importância na gestão e administração escolar, sendo nomeado pelo Governo Central e, de um modo geral, mantém-se durante largos anos.Neste período, o reitor Dr. Ângelo Augusto da Silva desempenha um papel relevante, não só como o mentor e o grande dinamizador da construção do novo edifício, mas também como uma grande referência na liderança de uma grande escola.A sua permanência à frente dos destinos do liceu foi longa (36 anos) e deixou uma marca de grande pedagogo e de grande dirigente. O quadro dá-nos uma perspectiva cronológica dos reitores que lideraram o Liceu durante o Estado Novo.
1926 - 1927 Dr. Joaquim Carlos de Sousa
1927 -1929 Dr. Alberto Figueira Jardim
1929 - 1930 Dr. António Luís Franco
1930 - 1966 Dr. Ângelo Augusto da Silva (na foto)
1967 - 1973 Dr. André Manuel C. Cymbron B. de Sousa
1973 - 1974 Dr. Jorge Filipe Garcês de Atouguia
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O Liceu durante o Estado Novo (1926 - 1974): As instalações
O LICEU NO PERÍODO DA DEMOCRACIA/AUTONOMIA (1974-2003): As instalações
O LICEU NO PERÍODO DA DEMOCRACIA/AUTONOMIA (1974-2003):
As instalações
A Revolução de 25 de Abril e a conquista da Autonomia generalizou o acesso à educação. Foram criados os cursos nocturnos para os trabalhadores-estudantes. As instalações tornaram-se exíguas e houve necessidade de recurso a anexos para dar resposta a esta onda de massificação. Assim, surgiram o anexo das Mercês (Actual Escola Básica das Mercês) e o anexo da Encarnação, (Antigo Seminário Menor), que foi ocupado de uma forma violenta.Em 1976 o Governo arrendou o edifício “Girassol”, junto ao Mercado dos Lavradores, onde foram instaladas as áreas das letras e de economia, ficando a ser conhecido pelo anexo do “Girassol” até 1996, ano em que foi entregue ao proprietário. O local onde estava localizado, mercado dos lavradores e praça do peixe, em plena zona de comércio tornava-a barulhento, as salas de aula distribuídas por três andares, os acessos demasiado estreitos, a existência de uma loja de ferragens, com substâncias inflamáveis, foram motivos para que os responsáveis pela gestão e administração do Liceu fizessem diversas exposições aos responsáveis políticos para que fosse encontrada uma solução que melhor salvaguardasse a segurança dos alunos, professores e funcionários.Após diversas diligências, consegui, como presidente do Conselho Directivo, a posse do edifício do antigo magistério primário, que foi totalmente remodelado, mantendo a traça regional. Contíguo a este prédio foi construído um novo edifício de raiz, moderno, com muita luminosidade e com comunicação interna. Aqui foram instaladas as turmas do 12º ano de todos os agrupamentos, devido a existência de excelentes laboratórios e de outros espaços, em nada comparáveis com as anteriores instalações.
Jorge Moreira - Grupo 400
O LICEU NO PERÍODO DA DEMOCRACIA/AUTONOMIA (1974-2003): Professores/Funcionários
O LICEU NO PERÍODO DA DEMOCRACIA/AUTONOMIA (1974-2003):
Professores/Funcionários
O aumento exponencial dos alunos, verificado com a implementação da Autonomia, as mudanças curriculares, com a introdução de novas disciplinas, as novas e complexas tarefas da educação, permitiram um aumento bastante considerável do número de professores e de funcionários.De uma centena de professores e de três dezenas de funcionários em 1974, a Escola Secundária Jaime Moniz, em 2003, passou a ter 314 professores e 140 funcionários.A composição do pessoal docente também sofreu uma considerável alteração. Nos períodos anteriores à democracia, o elemento do sexo masculino predominava. Hoje, 80% dos professores são do sexo feminino.No que toca à situação profissional dos professores podemos constatar que dos 314 docentes, 271 são professores do quadro de nomeação definitiva, ou seja 86,3%, ficando, apenas, 13,7% para professores contratados ( professores profissionalizados, estagiários e não profissionalizados). Do mesmo modo, podemos verificar que a totalidade dos docentes são habilitados: 2 professores doutorados, 21 mestres, 288 licenciados e 5 bacharéis.
Jorge Moreira
O LICEU NO PERÍODO DA DEMOCRACIA/AUTONOMIA (1974-2003): Alunos
O LICEU NO PERÍODO DA DEMOCRACIA/AUTONOMIA (1974-2003):
Alunos
A democratização do ensino trouxe profundas mudanças quanto ao modo e forma de funcionamento do Liceu. De início, como já referi, devido ao aumento exponencial dos alunos, houve a necessidade de encontrar novos espaços (Anexos). Para permitir a frequência dos trabalhadores-estudantes foram abertos os cursos no-cturnos, a partir de 1976. Podemos afirmar que os anos 70 e 80 foram os anos da massificação do ensino, em que a quantidade prevaleceu em desfavor da qualidade. Em 1990/91 o número de alunos atingiu a valor máximo de 5967.A partir dos anos 90, com a criação de novas escolas em todos os concelhos da Região e por motivos de ordem pedagógica, a tendência de crescimento inverteu-se. Em 2003 o número de alunos é de 2664. Contudo, continuamos a ser a maior escola de Região e a frequência dos alunos é extensiva a 40 das 52 freguesias.
Jorge Moreira - Grupo 400
O LICEU NO PERÍODO DA DEMOCRACIA/AUTONOMIA (1974-2003): Acontecimentos relevantes
Acontecimentos relevantes
Em 1980 o Liceu passou a ser designado por Escola Secundária Jaime Moniz.O Grupo de teatro “O Moniz” surgiu em 1990 tendo contribuído para sensibilizar e dinamizar os jovens para a arte cénica.No dia 6 de Outubro de 1992, a escola celebrou o 50º aniversário do actual edifício, tendo-se realizado uma sessão comemorativa com a presença do Presidente do Governo Regional e uma exposição documental e fotográfica sobre o nosso rico património histórico e cultural. Como forma de homenagear uma escola de referência, o Governo Regional, pela Resolução nº 995/92, concedeu a Medalha Regional de Bons Serviços à causa da Educação.Em 1993, teve início o Festival Regional de Teatro Escolar, tendo-se realizado, no presente ano (2007), a XV edição.A partir de 1995, a Escola tem dinamizado um conjunto de actividades culturais, nomeadamente a Feira do Livro e a Semana dos Clubes. Nos últimos anos têm sido convidadas ilustres figuras ligadas à política, à cultura, às letras e às artes.O Ministro de Educação, Prof. Marçal Grilo, em Maio de 1996, honrou-nos com a sua visita, acompanhado pelo Secretário Regional da Educação, Dr. Francisco Santos.Em 2002 o Nobel da Literatura, José Saramago, visitou a nossa Escola, proferindo uma conferência e assinando o livro de honra. No dia 17 de Dezembro de 2002, com a presença do Senhor Presidente do Governo Regional, Dr. Alberto João Jardim e do Senhor Secretário Regional de Educação, Dr. Francisco Fernandes, a Escola celebrou os 60 anos do actual edifício e 165 anos da criação do Liceu do Funchal. Procedeu-se à inauguração de um conjunto de seis painéis documentais e fotográficos, em que se percorre 165 anos da nossa gesta colectiva.Após o almoço, o Presidente do Governo Regional, ex-aluno do Liceu, referindo-se à nossa Escola, disse: “O Liceu Jaime Moniz passou pelas várias vissicitudes que abalaram a educação em Portugal, mas sempre passou com o prestígio e a qualidade do seu ensino.”
Jorge Moreira - Grupo 400
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Os Sindicatos dos Professores
Mas estamos no país dos adormecidos?
António Freitas - Grupo 520
Ilha Paradisíaca...
O neto mais novo, ainda com 3 dias de vida perguntou:
- E as pessoas o que dizem / fazem? - perguntou o neto.
Testemunhos do Liceu: Paulo Silva
Nome: Paulo Silva
Idade: 45 anos
Profissão: Funcionário da Comissão Europeia, Direcção Geral do Mercado Interno
Área de formação: Direito
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?
Paulo Silva – Constato que na pergunta se designa a Escola Secundária Jaime Moniz por Liceu que é também a designação que continuo a utilizar para me referir a esta "casa" tantos anos após dela ter saído. Cheguei ao Liceu em 1975, ou seja um ano após o 25 de Abril e portanto em pleno Processo Revolucionário em Curso (PREC). Desta forma, uma passagem que já de si seria inolvidável tornou-se marcante na minha vida pelos momentos extraordinários vividos, pelas amizades realizadas e pelos professores que tive.
O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu?
O Lyceu – Como vê a Educação hoje?
O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?
Micaela Martins - Grupo 300
Testemunhos do Liceu: Margarida Morna
Nome: Dra Margarida Morna Nascimento
Idade: 78 Anos
Profissão: ProfessoraÁrea de formação: Filologia Clássica, Curso de Ciências Pedagógicas
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?
O Lyceu – O que mais a marcou durante os anos de frequência do Liceu?
O Lyceu – Como vê a Educação hoje?
O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?
Micaela Martins - Grupo 300
Testemunhos do Liceu: João Tomaz Figueira da Silva
Nome: João Tomaz Figueira da Silva
Idade: 87 Anos
Profissão: Escultor
Área de formação: Curso de Belas Artes
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?
Tomás Silva – Foi quando tive a noção do que tinha de aprender. O seio da família não nos dá a noção do que realmente temos de aprender. Só a experi-ência de vida nos ensina.
O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu?
Tomás Silva – Isso já foi há tanto tempo. Recordo-me de algo que marcou todo o curso da minha vida. Pelos meus 11 anos, no meu 1º Ano de Liceu, tive um professor de Desenho que andara a combater na Guerra de 1914, juntamente com Ângelo Silva, que veio a ser Reitor. Ora, um dia, este professor apanhou-me com um desenho que eu fiz era de um navio, o Alcântara, a entrar no porto de Lisboa. Perguntou-me entusiasmado: «O menino como é que fez isso? O menino como é que fez isso?». Expliquei que gostava de ver os navios nas gravuras e nos postais. Elogiou-me a perspectiva e, a partir desse dia, chamava-me para ir ao quadro todos os dias, para desenhar algo.Ora, foi esse entusiasmo que me impulsionou, anos depois, para o Curso Superior de Belas Artes. Nessa altura, era trabalhador-estudante e, como tinha aulas à noite, optei por seguir escultura e não pintura porque, à noite, as cores têm outras tonalidades. Agora, quando não estou a desenhar, sinto-me um zero. Creio que qualquer artista o é quando não está a trabalhar, que vale o que vale pela obra.Recordo-me ainda de outro episódio. Andaria eu no 3º Ano quando apanhámos um livro do Dr. António Mattoso, um livro de História Universal. Vi nele as pirâmides do Egipto e perguntei-me se algum dia iria lá. Curiosamente, há quatro anos estive lá. Tinha 13 anos na altura, o que significa que passei aproximadamente setenta anos a desejá-lo…
O Lyceu – Como vê a Educação hoje?
Tomás Silva – Adaptada à época.É porque, quando eu cheguei ao 7º Ano, havia reformas. Nessa altura, o “pacote” era geral do 1º ao 7º anos, quer para as Ciências quer para as Letras. Havia duas provas escritas e não havia oral. Passei tudo, até o Latim.Escolhia-se a melhor prova para classificar o aluno e eu falhei a de Matemática, porque tive de ir a uma Junta de Recrutamento.
O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?
Tomás Silva – O ensino, como já referi, tem de se adaptar às necessidades de cada época. Por isso, hoje temos os computadores e os telemóveis. Porém, a linguagem utilizada não é a melhor. A meu ver, as máquinas devem ser utilizadas sem adulterar a língua. O nosso Fernando Pessoa, no túmulo, há-de ficar muito aborrecido com estas linguagens, ele que dizia "a minha pátria é a língua portuguesa". Contudo, não me compete a mim mas aos professores serem uma espécie de "juízes" da língua nesta matéria.
Micaela Martins - Grupo 300
Testemunhos do Liceu: Ramiro Morna do Nascimento
Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?
Nome: Coronel Ramiro Morna do Nascimento
Idade: 75 Anos
Profissão: Militar Reformado, actualmente Voluntário na Cruz Vermelha
Área de formação: Curso de Infantaria da Escola do Exército
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?
Ramiro Morna – Foi ali que eu me formei. Entrei lá de calça curta e saí de lá com barba. Isto entre Outubro de 1942 e Julho de 1950.Tive a sorte de ali encontrar bons amigos, que comigo estrearam o recém-construído edifício novo do Liceu. Nesse ano, ainda só estavam construídos os prédios, nem havia instalações desportivas. Chegámos inclusive a assistir à última fase de construção do Liceu. Nesta altura, havia dez turmas, três de 1º Ano e uma de cada um dos anos seguintes, e todos se conheciam, desde o 1º ao 7º Anos. Não havia guerras.Era proibido fumar e até hoje não fumo. No Liceu, só entravam os alunos da Escola. Os professores e as raparigas entravam pela porta poente, hoje a porta principal, e os rapazes pela Rua Bela de São Tiago. As instalações eram novas; o material também e o Reitor fazia vistorias a ver se as salas e as mesas se mantinham imaculadas e cada risco dos alunos era pago por eles, pois os lugares eram marcados. Quando o professor entrava, todos se levantavam. Havia muito respeito, sem desleixar a irreverência própria da juventude. No meu tempo de liceu, não ouvia as obscenidades que hoje oiço na Rua das Mercês. Havia ordem, sem repressão. Os professores eram tratados por Sr. Dr. e Sra. Dra. e usavam bata. O Sr. Reitor estava num pedestal e quem fosse chamado ao seu gabinete era por más razões. Contudo, reprovo o distanciamento entre este e os alunos. Não nos deixavam utilizar o ginásio nem jogar à bola no campo, alegando que fazia mal à saúde.
O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu?
Ramiro Morna – Quando eu estudei no Liceu, como já tinha referido, o novo edifício ainda estava em construção, portanto, houve uma altura em que, onde hoje é o pátio interior, para fazerem as crateras em que colocaram as árvores, os pedreiros gritavam fogo e ouvia-se um estrondo.Recordo-me ainda de professores que me marcaram. O Dr. André Cymbron, por exemplo, era o que tinha a melhor relação com os seus alunos. Até jogava à bola connosco. Mais tarde, foi reitor da Escola.Num desses jogos, o Dr. Cymbron mandou marcar um penalti e o Dr. Faria Nunes, que, na altura, era meu colega, como não concordava, tirou a bola e atravessou a escola, até à Reitoria, com ela nas mãos e o Dr. Cymbron a correr atrás dele. Por vezes, o Dr. Lufinha, que era professor de Português e Latim, também jogava à bola connosco.Não havia autorização para jogarmos futebol no campo. Era inclusive necessário pedir ao Dr. Vasco Machado para utilizá-lo. O mais engraçado é que ele passava uma licença para vólei e o Sr. Vigilante, o “Barrinhas”, não sabia ler bem, portanto, acabávamos por jogar futebol.
O Lyceu – Como vê a Educação hoje?
Ramiro Morna – Actualmente, há muito facilitismo e este conduz à preguiça, que, por sua vez, conduz à incompetência. No meu tempo de estudante, havia muito rigor nas faltas. Chumbava-se por faltas.Curiosamente, hoje, vejo o muito bom e o mau. Vejo o muito bom e faço vénias aos bons professores.O mau, em parte, deve-se àqueles professores que só têm o soldo que recebem.É ver a vergonha que é o número de faltas e baixas dos professores.Há dois ou três anos, vi nos nossos jornais o título «Professores do Porto Santo são os que mais faltam». No final do ano lectivo, no mesmo jornal, lia-se «Alunos do Porto Santo foram ao exame com média de 13,6 valores e os resultados foram uma média de 6». Ora, então, pergunto-me: a culpa será dos alunos? Não me parece.Fui ao Porto Santo, há dois anos, e, a um de Maio, quarenta professores estavam de baixa. Pergunto se as amêndoas da Páscoa lhes terão feito tanto mal.Será culpa dos médicos, que não os souberam curar ou das leis caducas que regulam o Ensino?Ao proferir estas palavras desagradáveis, curvo-me perante os Bons professores e, ao mesmo tempo, censuro os que não quiserem afinar pelo mesmo diapasão.
O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?
Ramiro Morna – «Pelo pouco que sei, entendo que as novas tecnologias são e serão uma mais-valia para a aprendizagem dos alunos e espero que os docentes e os outros responsáveis, nomeadamente os pais e os próprios alunos, saibam tirar o melhor e o mais sadio proveito dessas invenções do Homem.»
Micaela Martins - Grupo 300