Comecei a fazer Fotografia por circunstâncias alheias à minha vontade. Em 1970, fui, como toda a minha geração, chamado a cumprir o Serviço Militar, que, nessa altura, implicava uma mobilização para África durante dois anos.
Depois do período inevitável da recruta, foi-me atribuída a especialidade de Foto-cine realizada nos Serviços Cartográficos do Exército. Aí, aprendi a fotografar, a revelar, a enquadrar, a imaginar e a criar… Tive felizmente bons instrutores e tínhamos nos Serviços óptimos laboratórios e aparelhagem do melhor que havia na época.
Assim me tornei fotógrafo amador, guardando na minha mão, ainda, a memória da minha primeira máquina de tal modo que, quando pego em qualquer máquina, a mão hesita breves segundos, escassos milímetros, até se adaptar ao novo volume.Em Moçambique, onde estive dois anos, além dos trabalhos no cinema, fotografei imenso. Ainda hoje, o faço, mas mais espaçadamente, contudo, faço-o sempre com a convicção de que o segredo da Fotografia está sempre no enquadramento, isto é, no limitar e sublinhar o que o nosso olhar vê e capta.
Fotografias e texto: Jorge Pestana, grupo 400 (História)
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