sábado, 31 de janeiro de 2009
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
Miguel Torga
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Sinceramenta,eu não conheço Miguel Torga e sua obra.Entretanto,fico satisfeito de meu primeiro contato ter sido por meio de uma tão bela composição.Parabéns pela feliz escolha.Fiquei muito contente de encontrar esses versos nessa edição.Realmente fiquei encantado.
Enviar um comentário