quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

FotoAgrafar Emoções: Giovanni Giorgetti


Notas Fotográficas


Cá estamos nós num dos mais deliciosos sítios da terra, a Ilha da Madeira, repleta de arte natural. Uma arte que começa na mais pequena flor de um quintal privado, atravessa as sublimes paisagens das serras e termina na levada que guia a fonte de vida.
A mais pequena flor detém toda a poesia de Byron ao “seguir durante toda a noite o caminho silencioso da Lua e o curso brilhante de cada estrela”, as serras contêm a esperança verdejante das felicidades da vida, pois “no verde está a origem e o primeiro tipo de toda a beleza”, segundo Garrett, e a levada demonstra que é possível a comunhão entre o Homem e a Natureza, atingindo, assim, um desenvolvimento sustentável, esquecido nesta ilha de laurissilvas.


Citei Lord Byron e Almeida Garret, não só por serem os expoentes da literatura romântica das suas nações, mas também porque assistiram ao surgimento da fotografia, em 1839. Esta nova arte, nos seus primórdios, tornou-se uma limitação para alguns pintores, e dramaticamente declaravam que “de hoje em diante, a pintura está morta”, outros aproveitaram esta técnica inovadora e revolucionária de representação do real. A fotografia surgiu, com Daguerre, numa época em que a velocidade impunha-se, com a criação das linhas férreas e da locomotiva a vapor. A veracidade fotográfica impôs uma reflexão a todos os meios artísticos, literários e intelectuais, que originou o aparecimento de novas correntes artísticas como o Impressionismo, este privilegiou a luz, sombra, novos enquadramentos à maneira de instantâneo fotográfico e a captação da realidade sensível e fugaz. O grupo impressionista que frequentava o Café Guerbois, o teatro, a ópera e o vaudeville era constituído por Monet, Renoir, Pissaro, Degas, Cézanne e as pintoras Morisot e Cassat. Estes tiveram como mentor o pintor Manet, considerado um pintor de transição entre o Realismo e o Impressionismo.
Assim, a fotografia, que cativa milhões de pessoas por todo o Mundo, sendo eu uma delas, proporciona ao fotógrafo recriar o mundo exterior e, com a sua sensibilidade, registar um momento singular.
E aqui direi eu, com o mestre Cartier-Bresson, “fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração.”



Texto e fotografias: Giovanni Giorgetti - 12º 21

www.olhares.com/dodici

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