SugestõesO Decreto-Lei nº 6/2001 de 18 de Janeiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 209/2002 de Outubro, aprovou a organização curricular do ensino básico, estabelecendo os princípios orientadores da organização e gestão curricular desse nível de ensino, neles incluindo a formação para a utilização das tecnologias de informação e comunicação.Este estudo, bem como os estudos já realizados a nível nacional, revela alguns constrangi-mentos referenciados pela comunidade educativa em geral, na implementação do currículo nacional do ensino básico. Nesses constrangimentos avultam as questões ligadas à ge-neralização do acesso e uso das novas tecnologias de informação e comunicação. Se tivermos em conta que a escolaridade obrigatória é até ao 9º ano de escolaridade, e que os alunos devem adquirir competências na utilização das TIC antes de concluírem a escolaridade obrigatória, é urgente que exista mais e melhor utilização das TIC de uma forma integrada e plena, de modo a dar uma maior eficácia na aplicação de programas de apoio aos alunos e uma maior igualdade de oportunidades aos mesmos. Desta forma, sugerimos que AP é a melhor disciplina para aprender e utilizar as TIC na educação, atendendo ao facto de AP ser uma área curricular não disciplinar e de ter uma função importante na “valo-rização da contextualização e da utilização do saber,...”.
Recomendações relativas à integração das TICTendo em conta os resultados e conclusões do presente estudo, pareceu oportuno apresentar algumas recomendações relativas à integração das TIC no processo de ensino e no processo de aprendizagem.
Os professores de AP, incluídos os do 8º ano, devem, possivelmente:- usar as TIC de uma forma sistemática e não pontual, devendo utilizar preferencialmente o turno de 90 minutos;- utilizar as TIC de uma forma contextualizada. Por exemplo, não aprender o Excel por aprender, mas usar o Excel para resolver um problema de cálculo concreto;- desenvolver projectos articulados com o Conselho de Turma, através de saberes de diversas áreas curriculares;- desenvolver projectos em torno de problemas ou temas de pesquisa ou de intervenção de acordo com as necessidades e os interesses dos alunos;- ter mais e melhor formação relacionada com a utilização das TIC na sala de aula. A falta de formação é geradora de grande insegurança;- informar, por escrito, os órgãos de gestão das escolas, directamente ou através dos co-ordenadores de departamento, das suas necessidades de formação;- “exigir” aos órgãos de gestão da escola a presença de um computador com ligação à Internet nos laboratórios e nas salas de aula.Os professores com cargos pedagógicos, coordenadores de departamento e delegados de disciplina devem, possivelmente:- Envolver e responsabilizar os elementos dos grupos disciplinares para a utilização das TIC em contexto de sala de aula, fazendo constar, das respectivas planificações, actividades baseadas ou apoiadas nas TIC, idealizadas por todos os professores em trabalho conjunto.A integração das TIC nas práticas lectivas não é compatível com a prática convencional, sendo necessário inovar as formas de concretizar os objectivos propostos.
Os órgãos de gestão das escolas devem, possivelmente:- reduzir o número de alunos por turma;- reorganizar os espaços;- reorganizar os horários do modo de funcionamento das turmas, facilitando o acesso dos alunos aos computadores nas salas de aula, garantindo a existência de, pelo menos, um computador em todas as salas de aulas, com prioridade para os laboratórios de ciências e salas destinadas às áreas curriculares não disciplinares: estudo acompanhado, área de projecto;- elaborar planos de formação para os professores da escola, tendo em vista a utilização das TIC de uma forma integrada;- incluir as TIC no Projecto Educativo de Escola, de forma consistente e transversal, de modo a servir de referencial para todas as outras actividades e projectos;- Definir critérios de avaliação dos alunos no âmbito das TIC, a serem aplicados nas áreas curriculares disciplinares e não disciplinares;- investir na formação de professores orientadores de estágio, aptos na utilização das TIC no contexto de sala de aula;- Definir, em colaboração com as instituições de nível superior, responsáveis pela formação inicial de professores, critérios de avaliação dos professores estagiários relativamente à exploração das TIC no processo de ensino e no processo de aprendizagem;- Fazer diagnóstico das competências do seu corpo docente, com a participação dos principais interessados, de forma a identificar lacunas de formação na área das TIC e elaborar um plano de formação de escola;- Proporcionar ao seu corpo docente formação na área das TIC e apoio aos professores com mais dificuldade na sua utilização na sala de aula;- Incentivar a criação de uma comunidade virtual de aprendizagem. Inicialmente, poderá ser através dos grupos disciplinares, criando, por exemplo, a comunidade virtual dos professores de Biologia da escola “x”, onde os professores aproveitam o espaço para partilharem a sua experiência pedagógica com os outros colegas, através de fóruns apenas para professores. Nessa comunidade, também deveria haver fóruns onde os alunos pudessem comunicar com os vários professores de Biologia dessa escola, através da colocação de dúvidas, sugestões, entre outras coisas.
Sugestões para futuras investigaçõesConsiderando que as limitações do presente estudo estão relacionadas com o facto de os resultados reflectirem práticas declaradas e não observadas, seria interessante a reali-zação de uma investigação que tivesse como método a recolha de dados para observação, com o objectivo de conhecer de que modo as TIC estão presentes no contexto da sala de aula.
António Freitas - Grupo 520
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