Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?
Nome: José Raimundo Gomes Quintal
Idade: 53 Anos
Profissão: Geógrafo e Investigador
Área de formação: Geografia
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?
Raimundo Quintal – É evidente que o Liceu teve grande importância na minha vida, foi onde passei a minha adolescência, onde encontrei pessoas que foram marcantes na minha formação, como a Dr.ª Ângela de Matos, que foi minha professora durante quatro anos e foi decisiva na minha opção por esta área. Esta foi uma professora muito vanguardista, pois, na altura, já ensinava ecogeografia, antes mesmo de esse conceito exis-tir.
Aqui, nesta escola, muito mais importante do que os programas eram os professores, que nos ensinaram a encontrar um trilho para percorrermos. Foram alguns deles, a Dr.ª Ângela de Matos, já referida, a Drª. Eugénia Bonito e a Dr.ª Sara Cabral Fernandes.
O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…)
Raimundo Quintal – O que mais me marcou, relativamente à época, foi o espírito de solidariedade, a cooperação que havia entre alunos, para superar as dificuldades da altura.
Quando queríamos, por exemplo, organizar um baile, não tínhamos acesso a subsídios. Nós éramos os responsáveis por rentabilizar os nossos próprios meios, por administrar os exíguos recursos financeiros. O que, de certa forma, nos dava uma noção mais clara da realidade.
Outro aspecto é o facto de as turmas, na altura, serem só masculinas ou femininas, o que não permitia o relacionamento homem – mulher, que é um factor importante na adolescência. Era como se houvesse duas escolas dentro da Escola.
Apesar das adversidades, se compararmos os dias de então com os de hoje, éramos muito solidários; agora, há uma forte concorrência pelas notas. Na altura, havia essa vantagem.
O Lyceu – Como vê a Educação hoje?
Raimundo Quintal – Vejo-a com optimismo moderado. A escola de hoje já não tem a função que tinha quando eu era aluno, a de fonte exclusiva de conhecimento. Com os meios de informação agora disponíveis, nomeadamente a T.V. e a Internet, à escola, fica reservado um papel diferente, o de ajudar a seleccionar a informação.
O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais-valia para a aprendizagem do aluno?
Raimundo Quintal – Hoje, um aluno tem a possibilidade de recolher, com despesa reduzida, um manancial de informação que lhe permite compreender o Mundo, como a minha geração não conseguiu.
Contudo, há que olhar para as novas tecnologias não como um manancial para “copiar e colar”, mas como fonte de conhecimento e é necessário que sejamos críticos face à informação que elas difundem e que saibamos aproveitá-la e recriá-la.
Nome: José Raimundo Gomes Quintal
Idade: 53 Anos
Profissão: Geógrafo e Investigador
Área de formação: Geografia
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?
Raimundo Quintal – É evidente que o Liceu teve grande importância na minha vida, foi onde passei a minha adolescência, onde encontrei pessoas que foram marcantes na minha formação, como a Dr.ª Ângela de Matos, que foi minha professora durante quatro anos e foi decisiva na minha opção por esta área. Esta foi uma professora muito vanguardista, pois, na altura, já ensinava ecogeografia, antes mesmo de esse conceito exis-tir.
Aqui, nesta escola, muito mais importante do que os programas eram os professores, que nos ensinaram a encontrar um trilho para percorrermos. Foram alguns deles, a Dr.ª Ângela de Matos, já referida, a Drª. Eugénia Bonito e a Dr.ª Sara Cabral Fernandes.
O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…)
Raimundo Quintal – O que mais me marcou, relativamente à época, foi o espírito de solidariedade, a cooperação que havia entre alunos, para superar as dificuldades da altura.
Quando queríamos, por exemplo, organizar um baile, não tínhamos acesso a subsídios. Nós éramos os responsáveis por rentabilizar os nossos próprios meios, por administrar os exíguos recursos financeiros. O que, de certa forma, nos dava uma noção mais clara da realidade.
Outro aspecto é o facto de as turmas, na altura, serem só masculinas ou femininas, o que não permitia o relacionamento homem – mulher, que é um factor importante na adolescência. Era como se houvesse duas escolas dentro da Escola.
Apesar das adversidades, se compararmos os dias de então com os de hoje, éramos muito solidários; agora, há uma forte concorrência pelas notas. Na altura, havia essa vantagem.
O Lyceu – Como vê a Educação hoje?
Raimundo Quintal – Vejo-a com optimismo moderado. A escola de hoje já não tem a função que tinha quando eu era aluno, a de fonte exclusiva de conhecimento. Com os meios de informação agora disponíveis, nomeadamente a T.V. e a Internet, à escola, fica reservado um papel diferente, o de ajudar a seleccionar a informação.
O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais-valia para a aprendizagem do aluno?
Raimundo Quintal – Hoje, um aluno tem a possibilidade de recolher, com despesa reduzida, um manancial de informação que lhe permite compreender o Mundo, como a minha geração não conseguiu.
Contudo, há que olhar para as novas tecnologias não como um manancial para “copiar e colar”, mas como fonte de conhecimento e é necessário que sejamos críticos face à informação que elas difundem e que saibamos aproveitá-la e recriá-la.
Sem comentários:
Enviar um comentário