terça-feira, 5 de maio de 2009

Quem me dera


Quem me dera que soubesses quanta falta me fazes, meu amor. Quem me dera que entendesses este bater acelerado do meu coração na tua presença. Assim nada neste mundo teria fim, assim podias compreender exactamente este meu desejo de te ter a meu lado a toda a hora, e ainda este mais forte desejo da minha mente de não se desapegar de ti nem por um minuto.

Uma grande parte de mim quase que morre só de pensar que te perdi no meio da imensa eternidade e o que sobrou não chega para calar o coração, que teima em amar-te. O que sobrou não chega para afastar do pensamento as recordações que teimam em permanecer. Recordações essas de um outro tempo, as quais nunca poderei esquecer. Ainda que por vezes me assalte o desejo de ficar sem memória - na tentativa que o sofrimento seja menor - para poder apagar todas essas recordações do meu pensamento. Mas logo me apercebo que seria a pior coisa que me poderia acontecer, uma vez que todos os nossos momentos juntos iriam dissipar-se no meio do nada, nunca mais me lembraria deles e, isso iria quebrar-me completamente.

Parece que ainda ontem estávamos enroscados debaixo dos lençóis fazendo juras de amor, no entanto, já se passou uma imensa quantidade de dias, quase uma eternidade.

Podia jurar que me amavas de corpo e alma, como eu a ti. Mas quem sou eu para dizer que me amas? Quem sou eu para dizer que precisas de mim? Eu não sei absolutamente nada, eu não percebo. Deixaste-me aqui desamparada, acompanhada pelo vazio. Foi apenas isso que sobrou após a tua partida, vazio, dor e réstias de um grande amor.

Oh, como eu gostava que voltasses a sentir a simplicidade de um beijo doce e apaixonado, intenso e arrebatador, ou de uma carícia suave sobre a pele nua, ou ainda um abraço apertado, aconchegado, repleto de carinho e transbordando em amor! Amor doce e verdadeiro, amor esse que um dia foi meu e teu, nosso, e que agora deambula no meio do esquecimento, no meio do nada.


Mariana Nunes, 10º42