sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Os Sindicatos dos Professores


Viva!

Em relação à carta aberta ao Primeiro-Ministro, feita pelas organizações sindicais dos professores, a 16 de Outubro de 2007, deixo aqui o meu reparo, em relação ao primeiro parágrafo, onde se fala da independência dos sindicatos dos professores.Não conheço nenhum sindicato de professores que seja 100% independente, repito: Não conheço nenhum sindicato de professores que seja 100% independente!O que é um sindicato independente?É o sindicato que depende unicamente dos sócios e trabalha unicamente para os sócios. No caso dos sindicatos dos professores, quem paga o salário aos dirigentes desses sindicatos? A resposta, para quem não sabe, é que quem paga o salário dos dirigentes sindicais, que estão destacados nos sindicatos, é o GO-VERNO! Logo, os sindicatos são DEPENDENTES financeiramente DO GOVERNO. Os salários deveriam ser pagos através das quotas pagas pelos sócios, o que significa que, possivelmente, haveria menos sindicatos e menos professores destacados nos sindicatos e, possivelmente, os sindicatos fariam mais alguma coisa pelos sócios... Como eram os sócios a pagar, os dirigentes pensavam mais nos sócios (na sua fonte de rendimento) e defendiam os interesses dos sócios e não outros interesses. Não sei porquê, mas tenho a ideia de que alguns dirigentes sindicais são dirigentes, possivelmente, porque não querem ser professores! Mas eles fizeram formação via ensino ou via sindical?Alguns sindicatos falam mais quando o governo é de um partido e outros sindicatos falam mais quando o governo é de outro partido. Porque será?Acho que os dirigentes sindicais não deveriam estar à frente do sindicato mais de 3 mandatos, obrigando os professores, dirigentes sindicais, a voltarem à escola. Muitos deixam o sindicalismo, não porque se reformaram como sindicalistas, mas porque se reformaram como professores (parece piada...). Para quem não me conhece, informo que também já fui dirigente sindical mas nunca deixei de ser professor! Acho que se realmente alguém quer fazer alguma coisa pelos professores, pense primeiro nos professores! Acho que a situação atrás referida é um exemplo a seguir de modo a criar credibilidade dos sindicatos junto dos sócios e do governo! Os sindicatos estão como estão, porque não são entidades completamente independentes e autónomas!
Mas estamos no país dos adormecidos?


António Freitas - Grupo 520

Ilha Paradisíaca...


Benditos os mosquitos! Por causa deles vamos ter jardins em vez de matas!


Era uma vez uns mosquitos que nasceram num local muito longe de casa. Tão longe que não sabiam onde estavam. Inicialmente pensavam que estavam numa igreja ou numa local santo, pois eram chamados, mosquitos de Santa Luzia!Alguns até pensavam que eram santos... As fêmeas pensavam que eram santas e que o seu nome era Luzia.Estavam num local estranho com condições óptimas para o seu desenvolvimento Tinham água, sangue quente, temperatura ambiente óptima, entre outras coisas.Numa tarde, os mosquitos resolveram fazer uma reunião, de modo a perceberem o que se estava a passar. Será que estavam mortos? Estavam no paraíso? Será que estavam vivos? Se sim, como vieram ali parar?Após uma intensa discussão, concluíram que estavam vivos!Mas por que razão estavam tão longe de casa? Num sítio tão longe e com condições paradisíacas?O avô mosquito, já com 5 semanas de vida, coisa não muito frequente entre os mosquitos, pois a maioria vive entre 2 a 3 sema-nas, disse:

- Meu filhos, as árvores que tinham as nossas casas foram arrancadas e trazidas até aqui. Pensei que era o fim do mundo... No momento não sabia o que fazer, acompanhei-vos na esperança de vos proteger. Durante a viagem, ouvi que vínhamos para aqui, fiquei logo triste, porque pensei que as plantas iam sofrer um processo de quarentena e íamos ser descobertos...Lembrei-me logo de uma polémica que ocorreu em torno de umas cicas trazidas por um madeirense que viveu na África do Sul. Como se sabe em alguns locais não é permitida a entrada de plantas exóticas. Ia ser o nosso fim!

O neto mais novo, ainda com 3 dias de vida perguntou:

- Mas avô, ninguém se lembrou de fazer a quarentena às plantas? Pois toda a gente sabe, até nós os mosquitos, que desde 1960, sempre que se leva plantas de uma região para outra, devem fazer a quarentena dessas plantas por causa da propagação das pragas.

- Meu filho - disse o avô mosquito - tinham pressa, se fizessem a quarentena às plantas, isto demoraria quarenta dias, pelo menos....

- Avô - perguntou o neto - mas neste momento as pessoas já sabem que nós estamos aqui... a culpa morreu solteira? Alguém é obrigado a pagar uma indemnização às pessoas que têm implicações graves devido às nossas picadas?

- Meu filho - disse o avô - em certos locais tudo é mais fácil que no continente onde estávamos. Manda-se as pessoas não terem água nas flores mas não secam os lagos que têm nos jardins.
- E as pessoas o que dizem / fazem? - perguntou o neto.

- !!!!!........



António Freitas - Grupo 520

Testemunhos do Liceu: Paulo Silva


Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?

Nome: Paulo Silva
Idade: 45 anos
Profissão: Funcionário da Comissão Europeia, Direcção Geral do Mercado Interno
Área de formação: Direito

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?

Paulo Silva – Constato que na pergunta se designa a Escola Secundária Jaime Moniz por Liceu que é também a designação que continuo a utilizar para me referir a esta "casa" tantos anos após dela ter saído. Cheguei ao Liceu em 1975, ou seja um ano após o 25 de Abril e portanto em pleno Processo Revolucionário em Curso (PREC). Desta forma, uma passagem que já de si seria inolvidável tornou-se marcante na minha vida pelos momentos extraordinários vividos, pelas amizades realizadas e pelos professores que tive.

O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu?

Paulo Silva – As pessoas (colegas e professores) são sem dúvida aquilo que mais me marcou na minha passagem pelo Liceu. Fiz grandes amigos e tive excelentes professores: uns e outros ajudaram-me a construir aquilo que hoje sou. No entanto, os espaços não foram de somenos importância, uma vez que tive o privilégio de conhecer muitos e variados: para além do Liceu tive aulas no Seminário e no antigo edifico Girassol. Embora as condições de ensino nem sempre fossem as melhores, fizemos sempre o melhor que podíamos nas circunstâncias que foram as nossas.

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Paulo Silva – A Educação hoje (como sempre aliás) constitui o factor mais importante de desenvolvimento de um país. Uma Educação entendida num sentido amplo, não apenas como mero veículo de transmissão de conhecimentos mas também de valores e de experiências. Constato com preocupação que, apesar de se falar muito na importância da Educação em Portugal, as taxas de abandono escolar assim como os níveis de ili-teracia existentes no nosso país continuam a ser muito elevados o que não constitui um bom prenúncio para o futuro. Contudo, há também que salientar que uma parte crescente das novas gerações consegue hoje atingir níveis educativos nunca antes verificados, o que lhes poderá garantir uma realização profissional e pessoal no quadro desta nossa sociedade globalizada.

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?

Paulo Silva – A importância das novas tecnologias em especial da informação e da comunicação na educação pode resumir-se a dois pontos fundamentais:1 - A redução dos custos de acesso à informação: o world wide web colocou ao dispor de qualquer pessoa equipada com um computador ligado à internet um manancial quase inesgotável de informação, entendida esta num sentido amplo que abrange desde os textos e as fotos até à música e os vídeos. Portanto, um estudante que queira elaborar um trabalho (inclusive multimédia) sobre um determinado tema dispõe hoje, de uma multiplicidade de fontes de informação a custo quase nulo. Ainda há não muito tempo atrás, o mesmo trabalho estaria limitado ao espólio das bibliotecas, públicas ou privadas, e das livrarias regionais ou seja um universo informacional bastante limitado e potencialmente mais oneroso. A realidade actual coloca, contudo, problemas de outra natureza tais como o da gestão da informação.2 - A gestão da informação: a pesquisa da informação mais relevante sobre um determinado assunto, o controlo da qualidade da informação obtida, a verificação das fontes, a existência de direitos de autor sobre a mesma são problemas com os quais nos confrontamos sempre que procuramos aceder à informação disponível na net. A ironia desta situação é que o acesso consciente e responsável a um mais amplo universo informacional pressupõe hoje um número mais elevado de conhecimentos do que no passado: é necessário saber utilizar os sites de pesquisa como o google de uma maneira eficaz que nos permita seleccionar os dados mais relevantes no mais curto espaço de tempo, é indispensável saber distinguir a informação do ruído e da desinformação existentes na "net", é importante saber relacionar os dados obtidos com vista a gerar novo conhecimento e até pode ser importante, numa perspectiva de inovação comum ao web 2.0, de controlar as técnicas de "mashup" ou seja a criação/utilização de instrumentos baseados na Web combinando dados de fontes e natureza diversa com vista à produção de novos conjuntos dotados de sentido.

Micaela Martins - Grupo 300

Testemunhos do Liceu: Margarida Morna


Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?

Nome: Dra Margarida Morna Nascimento
Idade: 78 Anos
Profissão: ProfessoraÁrea de formação: Filologia Clássica, Curso de Ciências Pedagógicas

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?


Margarida Morna – A minha vida é o Liceu.

O Lyceu – O que mais a marcou durante os anos de frequência do Liceu?

Margarida Morna – Quando chegámos à Escola, nós, as alunas externas, sentíamo-nos um pouco esmagadas pela superioridade das internas. Isso durou cerca de um mês. Pouco depois, já estávamos em casa. Ainda no ano passado, fui visitar, a Setúbal, a Dra. Elda Lages, que foi minha professora no 6º ano e é uma pessoa que me é muito querida.No 7º Ano, éramos uns onze alunos, rapazes e raparigas. Nesta Escola, as turmas do 3º Ciclo eram mistas. Dávamo-nos todos muito bem. Uma das minhas melhores amigas da época foi a Dra. Cecília Farias, que me acompanhou no meu percurso académico, no Curso de Filologia Clássica.

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Margarida Morna – Vejo imensas possibilidades, em termos de Comunicação, para formar anjos ou demónios.

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?

Margarida Morna – Deixei de dar aulas em 1980, quando fui nomeada Directora Regional do Ensino, uma tarefa ingente.Portanto, nem sei funcionar com um computador, atendendo a que estes surgiram precisamente nesta década, a de 80. Tenciono, porém, ter aulas de Informática em breve.Haja o que houver, julgo que o professor jamais deverá abandonar o seu estudo permanente para preparação das aulas.Julgo, inclusive, que as novas tecnologias, após uma revisão curricular que promovesse o ensino das línguas clássicas, o Grego e o Latim, como estruturas base da aprendizagem das línguas matriciais da Europa, devem servir para aproximar os alunos dessas mesmas línguas.

Micaela Martins - Grupo 300

Testemunhos do Liceu: João Tomaz Figueira da Silva


Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?

Nome: João Tomaz Figueira da Silva
Idade: 87 Anos
Profissão: Escultor
Área de formação: Curso de Belas Artes

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?


Tomás Silva – Foi quando tive a noção do que tinha de aprender. O seio da família não nos dá a noção do que realmente temos de aprender. Só a experi-ência de vida nos ensina.

O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu?


Tomás Silva – Isso já foi há tanto tempo. Recordo-me de algo que marcou todo o curso da minha vida. Pelos meus 11 anos, no meu 1º Ano de Liceu, tive um professor de Desenho que andara a combater na Guerra de 1914, juntamente com Ângelo Silva, que veio a ser Reitor. Ora, um dia, este professor apanhou-me com um desenho que eu fiz era de um navio, o Alcântara, a entrar no porto de Lisboa. Perguntou-me entusiasmado: «O menino como é que fez isso? O menino como é que fez isso?». Expliquei que gostava de ver os navios nas gravuras e nos postais. Elogiou-me a perspectiva e, a partir desse dia, chamava-me para ir ao quadro todos os dias, para desenhar algo.Ora, foi esse entusiasmo que me impulsionou, anos depois, para o Curso Superior de Belas Artes. Nessa altura, era trabalhador-estudante e, como tinha aulas à noite, optei por seguir escultura e não pintura porque, à noite, as cores têm outras tonalidades. Agora, quando não estou a desenhar, sinto-me um zero. Creio que qualquer artista o é quando não está a trabalhar, que vale o que vale pela obra.Recordo-me ainda de outro episódio. Andaria eu no 3º Ano quando apanhámos um livro do Dr. António Mattoso, um livro de História Universal. Vi nele as pirâmides do Egipto e perguntei-me se algum dia iria lá. Curiosamente, há quatro anos estive lá. Tinha 13 anos na altura, o que significa que passei aproximadamente setenta anos a desejá-lo…

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?


Tomás Silva – Adaptada à época.É porque, quando eu cheguei ao 7º Ano, havia reformas. Nessa altura, o “pacote” era geral do 1º ao 7º anos, quer para as Ciências quer para as Letras. Havia duas provas escritas e não havia oral. Passei tudo, até o Latim.Escolhia-se a melhor prova para classificar o aluno e eu falhei a de Matemática, porque tive de ir a uma Junta de Recrutamento.

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?


Tomás Silva – O ensino, como já referi, tem de se adaptar às necessidades de cada época. Por isso, hoje temos os computadores e os telemóveis. Porém, a linguagem utilizada não é a melhor. A meu ver, as máquinas devem ser utilizadas sem adulterar a língua. O nosso Fernando Pessoa, no túmulo, há-de ficar muito aborrecido com estas linguagens, ele que dizia "a minha pátria é a língua portuguesa". Contudo, não me compete a mim mas aos professores serem uma espécie de "juízes" da língua nesta matéria.

Micaela Martins - Grupo 300

Testemunhos do Liceu: Ramiro Morna do Nascimento


Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?

Nome: Coronel Ramiro Morna do Nascimento
Idade: 75 Anos
Profissão: Militar Reformado, actualmente Voluntário na Cruz Vermelha
Área de formação: Curso de Infantaria da Escola do Exército

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?

Ramiro Morna – Foi ali que eu me formei. Entrei lá de calça curta e saí de lá com barba. Isto entre Outubro de 1942 e Julho de 1950.Tive a sorte de ali encontrar bons amigos, que comigo estrearam o recém-construído edifício novo do Liceu. Nesse ano, ainda só estavam construídos os prédios, nem havia instalações desportivas. Chegámos inclusive a assistir à última fase de construção do Liceu. Nesta altura, havia dez turmas, três de 1º Ano e uma de cada um dos anos seguintes, e todos se conheciam, desde o 1º ao 7º Anos. Não havia guerras.Era proibido fumar e até hoje não fumo. No Liceu, só entravam os alunos da Escola. Os professores e as raparigas entravam pela porta poente, hoje a porta principal, e os rapazes pela Rua Bela de São Tiago. As instalações eram novas; o material também e o Reitor fazia vistorias a ver se as salas e as mesas se mantinham imaculadas e cada risco dos alunos era pago por eles, pois os lugares eram marcados. Quando o professor entrava, todos se levantavam. Havia muito respeito, sem desleixar a irreverência própria da juventude. No meu tempo de liceu, não ouvia as obscenidades que hoje oiço na Rua das Mercês. Havia ordem, sem repressão. Os professores eram tratados por Sr. Dr. e Sra. Dra. e usavam bata. O Sr. Reitor estava num pedestal e quem fosse chamado ao seu gabinete era por más razões. Contudo, reprovo o distanciamento entre este e os alunos. Não nos deixavam utilizar o ginásio nem jogar à bola no campo, alegando que fazia mal à saúde.

O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu?

Ramiro Morna – Quando eu estudei no Liceu, como já tinha referido, o novo edifício ainda estava em construção, portanto, houve uma altura em que, onde hoje é o pátio interior, para fazerem as crateras em que colocaram as árvores, os pedreiros gritavam fogo e ouvia-se um estrondo.Recordo-me ainda de professores que me marcaram. O Dr. André Cymbron, por exemplo, era o que tinha a melhor relação com os seus alunos. Até jogava à bola connosco. Mais tarde, foi reitor da Escola.Num desses jogos, o Dr. Cymbron mandou marcar um penalti e o Dr. Faria Nunes, que, na altura, era meu colega, como não concordava, tirou a bola e atravessou a escola, até à Reitoria, com ela nas mãos e o Dr. Cymbron a correr atrás dele. Por vezes, o Dr. Lufinha, que era professor de Português e Latim, também jogava à bola connosco.Não havia autorização para jogarmos futebol no campo. Era inclusive necessário pedir ao Dr. Vasco Machado para utilizá-lo. O mais engraçado é que ele passava uma licença para vólei e o Sr. Vigilante, o “Barrinhas”, não sabia ler bem, portanto, acabávamos por jogar futebol.

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Ramiro Morna – Actualmente, há muito facilitismo e este conduz à preguiça, que, por sua vez, conduz à incompetência. No meu tempo de estudante, havia muito rigor nas faltas. Chumbava-se por faltas.Curiosamente, hoje, vejo o muito bom e o mau. Vejo o muito bom e faço vénias aos bons professores.O mau, em parte, deve-se àqueles professores que só têm o soldo que recebem.É ver a vergonha que é o número de faltas e baixas dos professores.Há dois ou três anos, vi nos nossos jornais o título «Professores do Porto Santo são os que mais faltam». No final do ano lectivo, no mesmo jornal, lia-se «Alunos do Porto Santo foram ao exame com média de 13,6 valores e os resultados foram uma média de 6». Ora, então, pergunto-me: a culpa será dos alunos? Não me parece.Fui ao Porto Santo, há dois anos, e, a um de Maio, quarenta professores estavam de baixa. Pergunto se as amêndoas da Páscoa lhes terão feito tanto mal.Será culpa dos médicos, que não os souberam curar ou das leis caducas que regulam o Ensino?Ao proferir estas palavras desagradáveis, curvo-me perante os Bons professores e, ao mesmo tempo, censuro os que não quiserem afinar pelo mesmo diapasão.

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?

Ramiro Morna – «Pelo pouco que sei, entendo que as novas tecnologias são e serão uma mais-valia para a aprendizagem dos alunos e espero que os docentes e os outros responsáveis, nomeadamente os pais e os próprios alunos, saibam tirar o melhor e o mais sadio proveito dessas invenções do Homem.»

Micaela Martins - Grupo 300

Testemunhos do Liceu: Maria Ângela Teixeira Borges


Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?

Nome: Maria Ângela Teixeira Borges Gonçalves Melim
Idade: 51 anos
Profissão: ProfessoraAdjunta do Secretário Regional da Educação
Área de formação: Português / Francês
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?

Ângela Borges – Estudei durante nove anos num colégio, sendo que a minha transição para o Liceu representou uma grande mudança. Essa mudança consistiu na frequência de novos espaços, no conhecimento de outro tipo de organização, no convívio com novos colegas.

O Lyceu – O que mais a marcou durante os anos de frequência do Liceu?

Ângela Borges – Penso que a resposta anterior já referencia alguns desses aspectos. No entanto, poderei realçar o factor humano. Ingressei numa área pouco escolhida pelos alunos; daí que estivesse integrada na turma de Germânicas, tivesse aulas de Grego com os alunos de História e nas aulas de Francês éramos três elementos. Ora tudo isto permitiu-me conviver com muitos colegas e “fazer” muitos amigos. Para além deste facto, existiam apenas cinco turmas de Secundário, pequeno universo muito favorável ao estreitamento de laços.

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Ângela Borges – Não é muito fácil responder a esta questão, dada a abrangência da mesma. A temática da Educação, à partida, envolve vários e diferentes parceiros / agentes o que, naturalmente, dificulta o seu desenvolvimento. Actualmente as escolas modernizaram-se, é assegurada a formação docente e não docente para que o nosso público-alvo seja cada vez mais valorizado não só a nível co-gnitivo mas também pessoal e social. Penso que aqui a escola mudou e dá resposta a estas dimensões. Penso também que as nossas crianças e os nossos jovens saem da escola com uma formação mais integral, embora se oiça, muitas vezes, dizer que, antigamente, é que se aprendia… Como é obvio, com as mudanças sociais, a escola também teria de sofrer transformações! Mudaram-se “curricula”, alteraram-se programas, metodologias.. Tudo isso foi feito! No entanto, ainda se assiste a algum abandono escolar… Quais os motivos? Familiares, desmotivação relativamente às aprendizagens, programas desinteressantes e repetitivos, “curricula” demasiado extensos? Poderia enumerar uma série de motivos que provocam o insucesso mas naturalmente que a responsabilidade não é exclusivamente do aluno. Há que reflectir sobre o assunto! Antes de terminar, gostaria ainda de enfatizar, pela positiva, a forma como o sistema educativo “abraçou” o sistema formativo e vice-versa. A Escola cresceu, os nossos jovens ganharam com este processo e, consequentemente, toda a sociedade!

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?

Ângela Borges – Actualmente, não conhecer ou não dominar as novas tecnologias re-presenta, de certa forma, uma exclusão social. No âmbito da Educação, os docentes têm vindo a ser alvo de muita formação no sentido de poder actualizar as metodologias de ensino.Considero que as TIC deverão começar a constituir-se como uma ferramenta de suporte pedagógico e não apenas na óptica do ultilizador "normal".

Vanda Gouveia - Grupo 300

Testemunhos do Liceu: Rui Ricardo Gomes Vieira


Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?

Nome: Rui Ricardo Gomes Vieira
Idade: 48 Anos
Profissão: Advogado
Área de Formação: Licenciatura em Direito

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?

Ricardo Vieira – Cheguei ao Liceu vindo de um ciclo preparatório (era assim que se chamava na altura) tirado no Seminário Menor. A ansiedade de uma escola nova facilmente cedeu ao apreço pelo edifício, pelos seus espaços, pela comunidade que me acolheu e com quem convivi durante cinco anos da minha vida. Ontem como hoje, o Liceu era um símbolo que dava estatuto! Ali passei horas fundamentais da minha adolescência nos acesos anos quentes da década de setenta. Aprendi o gosto pelo co-nhecimento, a importância da reflexão, da dúvida e da racionalidade, o valor da amizade, a virtude da tolerância, até na política, o sabor dos primeiros amores! Aquele edifício foi fundamental na minha formação humana, cívica e cultural. Essa Saudade de que fala a pergunta é no meu caso açucarada pela gratidão que não me canso de recordar.

O Lyceu – O que mais o/a marcou durante os anos de frequência do Liceu?

Ricardo Vieira – Tive professores notáveis (Margarida Morna, Lídia Homem da Costa, Sales Caldeira, Manuela Pita, Sena Lino, Isabel Spranger, Raimundo Quintal e outros tantos), lidei com funcionários que eram muito mais que empregados; marcaram o meu crescimento colegas de carteira, de ano ou de Escola... mas se há uma marca profunda desses anos, essa foi a do ambiente único e irrepetível que foi o Liceu nessa época, na Região e no País que pulsava! A constituição e as eleições para as Associações de estudantes, as “greves” e as RGA’s, as ocupações, as discussões intermináveis no Gimnásio, na sala de aulas, no Café Sinai... o desafio de conciliação entre as avaliações que exigiam e o deleite de uma participação em crescendo que, apesar dos muitos abusos, alguns até imperdoáveis, deixou gravada uma experiência que muito me serve no dia a dia da minha vida.

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Ricardo Vieira – Sem dúvida que mais participativa e “interactiva”. Também muito mais actualizada e útil no seu conteúdo! Em contrapartida muito menos exigente e laxista. Descredibilizada socialmente, desautorizada e fundamentalmente olhada com um preocupante e crescente desinte-ressante ou desleixo pelas famílias. No meu tempo de Liceu, a sociedade acreditava na educação, nos seus agentes, nos seus processos e conferia estatuto de relevo ao seu papel. Hoje não é infelizmente assim! Os alunos desinteressam-se, os pais não acreditam, os professores desmobilizam-se e os políticos baralham-se. A acreditação deixou de corresponder à excelência. A educação hiberna e é apenas o esforço de alguns pais e professores, nem sequer reconhecido, que faz surgir oásis neste deserto!...

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valia para a aprendizagem do aluno?

Ricardo Vieira – No meu tempo, a aprendizagem era mais passiva e monolítica quer nos conteúdos, quer nos métodos. Hoje que tanto se critica o sistema educativo - muitas vezes com razão, diga-se! - é justo reconhecer que as novas tecnologias e os inúmeros e novos meios de transmisssão e recepção de conhecimentos deram ao ensino novos desafios mas propiciaram aos educandos novas competências.Sou 100% favorável ao uso de todas as novas tecnologias até como forma de cativar ao ensino jovens que trazem de casa, do clube ou de outras experiências, valências nestas áreas que não podem deixar de ser reflectidas na escola. A Escola está na sociedade e deve naturalmente acompanhar todas as inovações nessas áreas!

Vanda Gouveia - Grupo 300

Aos cursos de … Presentes, Pretéritos e Futuros


Não há maior desventura
Do que termos de estudar!...
O tempo da formaturaÉ d’um imenso pensar!...
É fazer gastos insanos
É viver por cinco anos
Sem ser útil a ninguém
É sofrer mil dissabores
P’ra no fim sermos doutores
Se acaso ficamos bem!...
E assim p’ra não ficar mudo
P’ra dar lição regular
Hei-de sentar-me ao estudo
Logo que a cabra tocar.
E à noite, à banca de pinho
Sem dormir, hei-de sozinho
C’os calhamaços gemer
Dizer adeus ao cavaco,
À batota, à troça, ao taco
Da cábula ao gran prazer!
E se fosse isto somente
O que sofremos aqui!...
Assim não chega a mesada
A família está zangada
De fazer despesa tal!
Mas eu nada remedeio
Pois que em ‘stando o mês em meio
Já não tenho um só real!
Depois não tenho sossego
Se eu não possuo vintém.
Lá vão os livros p’ro prego
E vai o fato também
Maldito o dia primeiro
De todos que os meses têm:
Vem a servente, o padeiro,
Da tenda recados vem.
É dia de altas maçadas
Que enquanto cheira a mesadas
Saltam-nos todos os cães.
São mesmo como as harpias
Que nos vêm naqueles dias
Chupar todos os vinténs…
E como se fosse pouco
Tanto tormento aturar
Sai um homem como louco
Vai ao jardim passear
Cansado de aturar brutos
Nem se lembra dos estatutos
E as calças deixa cair;
Eis que um archeiro o apanha
E diz-lhe com muita manha
Que por força preso há-de ir.
Assim tudo se revolta
Contra o que quer ser doutor
Se p’rás pândegas se volta
Acha nelas dissabor.
Se, às vezes, por brincadeira
Toma a sua borracheira
Dão-lhe más informações.
Se vai à batota um dia
Volta c’o a bolsa vazia
Depois de ter mil ferrões.
Vai passear, rompe a capa.
As botas já rotas são.
Tem má frequência de banco
E leva um R por fim.
Lá vai o triste p’ra férias
Suas desgraças carpir.
Conta ao velhote mil lérias
Que ele não quer engolir.
Fala à mãe duma doença
Em que fez despesa imensa
Que ainda não pôde pagar…
Mas ela abana as orelhas
Que é, como todas as velhas,
Mui difícil de embaçar!
Assim, até mesmo a família
Vem o pobre arreliar
Volta cheio de quezília
Sua carreira acabar.
Volta aos trabalhos insanos
E assim vai passando os anos
Num contínuo dissabor
E no fim de tanto estudo
Está habilitado p’ra tudo
Porque chegou a Doutor!!!

L e J, “O Noticioso”,21/07/1864

Pico das Pedras (Santana)


“Momentos… instantes únicos, irrepetíveis que não foram nem o “antes” nem o “depois”, aquele preciso e cirúrgico click que não será apenas intuição e que transcende o estar no lugar certo à hora certa… Para mim é, sobretudo, disto que se trata quando falo de fotografia --- ser capaz de fazer bom uso da técnica em função do momento. Assim, cada fotografia é também a minha vida, a fracção dos instantes que a constituem --

- um pedaço da minha autobiografia, esta fotografia:

Pico das Pedras (Santana). Abril. Manhã de neblina. Absoluta comunhão com a Natureza e a sorte de encontrar uma luz perfeita e uma ambiência intimista e misteriosa de que gosto muito.

http://www.1000imagens.com/InacioFreitas/

http://www.Olhares.com/Oicani/

Inácio Freitas­ - Grupo 300

Escadas de acesso à Casa da Música (Porto)


“Momentos… instantes únicos, irrepetíveis que não foram nem o “antes” nem o “depois”, aquele preciso e cirúrgico click que não será apenas intuição e que transcende o estar no lugar certo à hora certa… Para mim é, sobretudo, disto que se trata quando falo de fotografia --- ser capaz de fazer bom uso da técnica em função do momento. Assim, cada fotografia é também a minha vida, a fracção dos instantes que a constituem -

- um pedaço da minha autobiografia, esta fotografia:

Escadas de acesso à Casa da Música (Porto). As minhas filhas. Um instante feliz. Uma foto, para mim, cheia de simbolismo… uma metáfora da minha própria vida.

http://www.1000imagens.com/InacioFreitas/
http://www.Olhares.com/Oicani/

Inácio Freitas­ - Grupo 300

Manuel Pereira Caldeira


O Lyceu: Fala-nos do Manuel Caldeira, do seu projecto de vida, dos seus sonhos, dos seus gostos…

Manuel Caldeira: Eu sou uma pessoa muito ambiciosa no que toca ao judo. Tenciono ser uma referência nesta área. É esse o meu sonho, mas para isso ainda tenho mesmo muito que trabalhar, pois ainda pratico esta modalidade há pouco mais de um ano. Fora disso, sou um aluno da área de economia, tenciono ser gestor de empresas e, nos poucos tempos livres que me restam, costumo aproveitar para estar com os amigos de forma a relaxar do stress diário.
O Lyceu: Como nasceu a tua apetência pelo Judo?

Manuel Caldeira: Desde pequeno que gosto muito de artes marciais, tendo já praticado algumas, então decidi experimentar esta modalidade pela qual me apaixonei e na qual fiquei até aos dias de hoje.

O Lyceu: Descreve o Judo enquanto actividade desportiva.

Manuel Caldeira: O judo basicamente quer dizer “via da suavidade”, isto explica-se com o facto de que, quando executamos uma técnica, dever ser feita com, como o próprio nome indica, técnica e, se assim for, não precisamos de usar a força. O judo é uma modalidade importante a vários níveis, quer físico, quer mental, quer social, visto que também é uma maneira de conhecer pessoas, de fazer amizades. Ajuda-nos a manter a linha, a ter auto-confiança na altura da sua prática e encarar os problemas do dia-a-dia estando sempre prontos para lutar. É divertido. Dá-nos um espírito lutador. Insere em nós o espírito competitivo... Ensina-nos a não desistir. É um desporto muito bom ao nível do auto-controlo; tem grandes vantagens ao nível da coordenação; desperta os nossos sentidos; ajuda-nos a estar bem connosco mesmos; a manter-nos saudáveis e a esquecermos os problemas e a descarregarmos o stress do dia-a-dia. Embora possa parecer estranho dizê-lo, acaba por ser um desporto relaxante.Direi mais: o judo é algo para além do desporto.... É uma forma de vida!

O Lyceu: Ser um desportista de alta competição é um desafio? Até que ponto?

Manuel Caldeira: Tudo na vida é um desafio e o judo não foge à regra... É sim um desafio, um bom desafio direi... A partir do momento em que um atleta decide que está na prática desportiva do judo para ir para a alta competição, está a desafiar-se a si próprio a trabalhar para conseguir alcançar os seus objectivos, o que exige muito trabalho, portanto, tem de ser uma coisa encarada com muita responsabilidade.

O Lyceu: Como consegues conciliar a alta competição, no que se refere às tuas participações em torneios internacionais, com a vida escolar?

Manuel Caldeira: Eu, como referi anteriormente, pratico judo há pouco mais que um ano e, normalmente, os atletas só vão para provas internacionais a partir do 2º ano, mas, do que posso falar, os treinos são fáceis de conciliar, o que é complicado é quando provas escolares (ex. Exames) que coincidem com provas ou estágios e, aí, os atletas têm de optar por uma das coisas, o que nem sempre é fácil...Mas no meu caso, conto com uma grande ajuda por parte do meu ex-treinador e amigo Andrei Veste, da minha mãe e dos meus actuais treinadores do CNF, César e Sandra.

O Lyceu: Vale a pena ser um atleta de alta competição, quer em termos de pessoais quer em termos profissionais?

Manuel Caldeira: Não tenho dúvidas nenhumas acerca disso! A prática desta modalidade ajuda-me a viver o dia-a-dia de uma forma mais frontal e ensina-me muitas coisas essenciais quer ao nível pessoal, quer ao nível profissional, começando por ajudar-me a lutar pelos meus objectivos.

O Lyceu: Como lidas com o facto de, devido à competição, seres conhecido por um bom número de pessoas que te são desconhecidas?

Manuel Caldeira: Isso não tem tido, até agora, influência no meu dia-a-dia, pois, apesar das competições ganhas por mim, ainda sou novo nesta área, sobretudo se comparado aos meus colegas de equipa e adversários. As pessoas têm tempo para me conhecer.

O Lyceu: Que mensagem deixas aos teus colegas da Jaime Moniz e para os jovens em geral?

Manuel Caldeira: O judo é um bom caminho para a vida. Como já disse, é uma forma de vida! Uma forma de vida que nos prepara para cada dia, que nos ajuda a viver com mais alegria e nos ensina a lutar por aquilo que queremos. Aconselho vivamente cada pessoa à prática desta modalidade, sem dúvida alguma.
Micaela Martins - Grupo 300

O CERN: viagem ao infinitamente pequeno


Visitar o CERN é uma experiência única! Este ano realizou-se, entre 9 e 14 de Setembro, uma Escola de Verão no CERN destinada a Professores Portugueses. Tratou-se de uma organização do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental das Partículas), uma associação científica e técnica portuguesa de utilidade pública, em colaboração com o CERN e que contou com financiamento da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Foram seleccionados 43 professores de Física e Química de Portugal Continental e Ilhas, que puderam assistir a seminários dados por professores e investigadores portugueses que trabalham ou colaboram com o CERN, realizar algumas actividades e visitar as experiências nas quais Portugal está envolvido. O CERN talvez seja a organização a nível mundial mais aberta ao público, recebendo por ano mais de 25000 vi-sitantes. Existem programas específicos para visitas de professores e alunos, dos mais diversos países. Mas o que é o CERN?CERN é sigla usada para designar a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, o maior centro mundial de física das partículas. Situa-se perto de Genebra, junto à fronteira franco – suíça. Fundado em 1954, o CERN foi um dos primeiros projectos europeus conjuntos e inclui actualmente 20 Estados membros, dos quais Portugal faz parte desde 1985. É aqui que os cientistas se juntam para estudar as partículas constituintes da matéria e as forças que as mantém juntas.O CERN existe para providenciar aos cientistas as ferramentas necessárias às suas experiências, nomeadamente os aceleradores, que aceleram as partículas até velocidades próximas da velocidade da luz, e os detectores que tornam visíveis as partículas resultantes das colisões nos aceleradores. As instalações do CERN consistem de vários edifícios de laboratórios, escritórios, gabinetes, biblioteca, salas de conferências, dormitórios e restaurantes. O CERN emprega cerca de 3000 pessoas, representando uma grande variedade de profissões – físicos, engenheiros, técnicos, operários, administradores, secretárias, pessoal de limpeza e restauração, etc. O CERN é um mercado de trabalho a considerar pelos jovens que se pretendem dedicar à física ou às engenharias. Existem muitos portugueses a trabalhar no CERN. Cerca de 6500 cientistas visitantes, metade dos físicos das partículas a nível mundial, deslocam-se às suas instalações para fazer investigação. Representam cerca de 500 universidades e mais de 80 nacionalidades. Em prol da Ciência trabalham em conjunto pessoas de várias nacionalidades: europeus, asiáticos, israelitas, palestinianos…Desde a sua criação que se fizeram no CERN importantes descobertas científicas, algumas das quais conduziram a prémios importantes, incluindo vários Prémios Nobel. Por exemplo, Carlo Rubia e Simon Van der Meer receberam o Prémio Nobel da Física em 1984. A contribuição mais conhecida é contudo a World Wide Web. Foi desenvolvida para melho-rar e acelerar a troca de informações entre físicos trabalhando em diferentes universidades e institutos de todo o mundo. Actualmente tem milhões de utilizadores académicos e co-merciais. Os aceleradores e detectores exigem tecnologia de ponta. O CERN trabalha em estreita colaboração com indústrias de vários países, incluindo Portugal, com benefícios para todos. As pesquisas efectuadas no CERN permitiram o desenvolvimento de algumas te-cnologias úteis, por exemplo, nas técnicas de diagnóstico e terapia do cancro.
Porque é que os cientistas querem estudar as partículas?Os cientistas descobriram que tudo no Universo é feito de um pequeno número de constituintes básicos, denominados de partículas elementares: vários tipos de quarks, que constituem os protões e os neutrões; diferentes tipos de leptões, onde se incluem os electrões, os neutrinos e os muões. Estas partículas são governadas por um pequeno número de forças fundamentais.O Modelo Padrão da física das partículas é uma teoria que descreve três (força electromagnética, força forte e força fraca) das quatro interacções fundamentais entre as partículas elementares que constituem a matéria. Esta teoria foi desenvolvida entre os anos 1970 e 1973 e é consistente com a mecânica quântica e teoria da relatividade restrita. Contudo, o Modelo Padrão não é uma teoria completa das interacções fundamentais uma vez que não inclui a força gravítica, a quarta interacção fundamental.Algumas das partículas elementares são estáveis e formam a matéria normal, outras vivem apenas algumas fracções de segundo e decaem em partículas estáveis. Todas elas coexistiram durante breves instantes depois do Big-Bang. Apenas as elevadíssimas energias que podem ser atingidas num acelerador do CERN podem trazê-las de novo “à vida”. Assim, estudar as colisões entre as partículas é como “olhar para trás” no tempo, recreando o ambiente do início do universo.
Como é que os físicos estudam as partículas?As partículas são extremamente pequenas e, para ser possível observá-las e estudá-las, os cientistas necessitam de ferramentas especiais, os aceleradores. Estas são enormes máquinas capazes de acelerar as partículas, fazendo-as colidir e dar origem a novas partículas. Junto aos locais onde se dão estas colisões os cientistas constroem experiências e instrumentos que lhes permitem observá-las e estudá-las. Estes instrumentos, muitos dos quais de dimensões consideráveis, são feitos de diversos tipos de detectores de partículas.O LHC (Large Hadron Collider) é o mais poderoso instrumento construído pelo homem para investigar as propriedades das partículas. Trata-se de um acelerador que entrará em funcionamento em 2008 e fará colidir protões de altíssima energia. O LHC tem 27km de perímetro e situa-se a 100m de profundidade. Este enorme acelerador terá associados seis detectores: ATLAS, CMS, ALICE, TOTEM, LHCb e LHCf. Espera-se que nas experiências no LHC seja produzida a famosa partícula o bosão de Higggs, cuja observação permitirá confirmar as previsões do Modelo Padrão e explicar de que modo as outras partículas elementares adquirem massa. A verificação da existência do bosão de Higgs seria um passo importante na procura da Teoria da Grande Unificação, que procura unificar as forças fundamentais: electromagnetismo, força forte, força fraca e gravidade. O bosão de Higgs permitirá também explicar porque é que a força gravítica é muito fraca quando comparada com as outras três forças fundamentais. No início do século XXI, enfrentamos novas questões para as quais esperamos que o LHC tenha resposta. Quem poderá dizer que novos desenvolvimentos estas respostas nos trarão? … Participação portuguesaVários físicos e engenheiros portugueses de vários institutos colaboram nas experiências ATLAS (A Toroidal LHC Apparatus) e CMS (Compact Muon Solenoid). Sobre a liderança do LIP, os portugueses são responsáveis pelo desenvolvimento e construção de importantes partes dos detectores.O detector ATLAS entrará em funcionamento em meados de 2008 e permitirá novas descobertas a partir das colisões de protões de alta energia. Participam 1900 físicos (incluindo 400 estudantes), provenientes de mais de 164 universidades e laboratórios em 35 países. O ATLAS terá 46m de comprimento e 25m de diâmetro e pesará cerca de 7000 toneladas. Os protões serão acelerados no LHC e colidirão no interior do centro do detector ATLAS. Os produtos da colisão revelarão propriedades fundamentais das partículas. A energia associada às colisões é semelhante à energia associada às colisões de partículas no jovem universo, menos de um bilionésimo de segundo após o Big-Bang. Poderá lançar luz a alguns aspectos ainda não explicados pelo Modelo Padrão.A experiência CMS localiza-se numa câmara subterrânea em Cessy, França, próximo da fronteira com a Suíça. O detector é cilíndrico e mede 21m de comprimento e 16m de diâmetro, pesando cerca de 12500 toneladas. Na construção do CMS estão envolvidas cerca de 2600 pessoas de 180 institutos científicos. Os principais objectivos desta expe-riência são explorar a física das altas energias, descobrir o bosão de Higgs e estudar aspe-ctos da colisão de iões pesados.

Fontes:http://www.lip.pt/http://cern.ch/http://en.wikipedia.org/


Fernanda Freitas - Grupo 510

Visita à Estónia


Integrado no Projecto COMENIUS I – Programa Sócrates, com o tema global “Modos de Promover a Autonomia e a Iniciativa dos Alunos no Processo de Aprendizagem”, e sub-tema para o ano 2006/2007 “Modos de Vida Saudável”, realizou-se o terceiro encontro do ano, desta feita em Türi, na Estónia, entre 30 de Maio e 05 de Junho do presente ano, no qual participaram as professoras da Escola Secundária Jaime Moniz, Elisabete Cró e Enaltina Vieira, respectivamente coordenadora e colaboradora do referido Projecto.Do programa deste encontro faziam parte reuniões de trabalho, um encontro com o Presidente do Município de Türi, visitas a Museus e a locais de interesse histórico-cultural, bem como excursões a outras cidades, especialmente à capital – Tallinn.A recepção inicial na Escola participante da Estónia – Laupa Pöhikool – incluiu diversas actividades, nomeadamente um espectáculo preparado e executado por alunos e professores, com danças populares, música, cantares e teatro. Após este espectáculo foi feita uma visita à Escola, uma antiga Casa Senhorial adaptada a escola, onde cerca de oitenta alunos frequentam o ensino básico. Nas reuniões de trabalho, sob a coordenação dos professores Christian e Ulrike, da Escola da Alemanha, os professores apresentaram e analisaram os resultados finais das actividades desenvolvidas na sua Escola referentes ao segundo ano do Projecto e trocaram materiais com o registo dessas actividades. Foi também iniciada a inclusão de alguns re-gistos no Blog (healthylife-comenius1.blogspot.com) criado para este Projecto, com o fim de divulgar as actividades e resultados deste ano de trabalho das oito Escolas participantes, nas diferentes línguas de origem e em Inglês. Finalmente, foram discutidas algumas sugestões de trabalho para o terceiro ano do Projecto – 2007/2008 – que terá o sub-tema “Desenvolver a Cidade”.A cidade de Türi, uma das mais pequenas do país, com cerca de 600.000 habitantes, apresenta uma beleza natural especial, marcada pelos inúmeros jardins que proliferam pela cidade e que envolvem a maioria das habitações particulares, cuidados e mantidos com tal esmero que justificam o epíteto dado à cidade - cidade jardim.Foi no encontro com o Presidente do Município que foi dado a conhecer as origens, as actividades dominantes e os planos de desenvolvimento desta pequena cidade. Foram de grande interesse as visitas ao Museu da Rádio e ao Liceu de Economia em Türi. Foi ainda nesta cidade que o grupo assistiu a um Festival de canção infanto-juvenil onde vários grupos corais e de danças das diferentes Escolas mostraram os seus talentos na música po-pular do País.O grupo de professores, em excursão organizada pela Escola anfitriã, visitou outras regiões do País. Em primeiro lugar Kurgja, zona rural onde abundam quintas agrícolas. Seguidamente Imavere, onde foi realizada uma visita guiada a uma fábrica de lacticínios antiga, visita que incluiu uma divertida e curiosa experiência – produção de manteiga, e ainda uma visita a uma grande serração, ilustrativa de uma das maiores actividades produtivas da Estónia – a madeira. Em Tartu, uma das cidades referência da Estónia, moderna, com uma grande Universidade onde se lecciona um vasto leque de cursos, o grupo visitou o Museu Etnográfico, rico em objectos, pequenas construções e cenários elucidativos das origens do povo e da sua cultura. Outra pequena cidade visitada foi Janeda, onde o grupo Comenius visitou a Feira Anual dos Jardins e das Flores e assistiu a um pequeno concerto de piano numa sala especialmente decorada e iluminada para simular um Planetário.Paide foi outra pequena cidade visitada, característica pela composição das suas cons-truções, em calcário.Finalmente, a capital – Tallinn - com uma zona histórica muito rica, com várias praças coloridas pelas flores, com uma grande actividade comercial e intensamente animada por turistas, jovens e menos jovens, em grupo ou individualmente, enchendo as esplanadas, as feiras típicas, as lojas de souvenirs, os centros comerciais, as praças, até tarde, conferindo assim uma vivacidade enorme a esta bonita cidade.Porque a Estónia é rica em lagos e pântanos, foi proporcionado ao grupo de professores um agradável passeio num pântano, que culminou num apetitoso piquenique à beira de um lago.Foi memorável esta semana na Estónia, tanto pela proficuidade das reuniões de traba-lho como pela riqueza cultural das visitas realizadas e pelo extraordinário convívio.
Elisabete Cró - Grupo 410 e Enaltina Vieira - Grupo 330

Sociedade de Informação e as TIC na Educação


A Sociedade da Informação, entendida como o âmbito de um conjunto de preocupações que atravessam transversalmente a nossa sociedade, quer pela discussão pública e politica de acções que envolvem o seu desenvolvimento, quer pelas consequências sociais e económicas que implicam, torna o assunto recorrente desde, principalmente, os anos 90 até à data.A crescente omnipresença das Tecnologias da Informação e Comunicação é causa directa de profundas alterações no nosso modo de viver, aprender e divertir, conduzindo a novas formas de estar e fazer parte de actores sociais e comerciais. As transformações ocorridas no desenvolvimento da Sociedade da Informação têm conduzido à, ainda que parcial, redefinição dos meios e finalidades do acto de ensinar e aprender, conduzindo a um novo paradigma do ensino baseado cada vez mais em princípios de deslocalização, interactividade e flexibilidade. Impõe-se, então, a reflexão da aula, do aluno, da turma e até da própria escola numa sociedade caracterizada pela massificação das Tecnologias de Informação e Comunicação (Gouveia, 2004).As crianças que hoje chegam à escola básica, que cresceram neste caldo informacional, não pensam do mesmo modo nem sabem o mesmo que as crianças de há vinte anos atrás. As crianças já aprenderam muitas coisas pela TV ou pelas redes de computadores. Aprendem a desenvolver capacidades e modos de aprendizagem, porventura diferentes daqueles que eram típicos de uma sociedade pouco informada, em que a televisão não estava tão massificada nem era o veículo de comunicação da imensidade e da qualidade de informação que é hoje. Aprende-se muito fora da escola. O que se aprendia na escola é, em termos gerais, o que se continua a aprender, e o modo de o fazermos é semelhante. Não haverá “rotas de colisão” entre estas diferentes aprendizagens e estes diferentes modos de ensinar e de aprender? Como lida a escola com as aprendizagens ditas “informais”? (Azevedo, 1998).O Surgimento de novos desafios à escola levou à criação de áreas transversais e à integração das TIC, como a Área de Projecto, Estudo Acompanhado, a disciplina de TIC e projectos a nível nacional e internacional.Apesar de haver e de ter havido projectos a nível nacional para a integração das TIC na educação, desde formação de professores ao equipamento das salas, a utilização das TIC em sala de aula é muito incipiente. Em termos curriculares, apesar de existirem recomendações no sentido da utilização das TIC, quer no ensino básico que no ensino secundário, as tecnologias ainda continuam arredadas de muitas disciplinas em que tal é já quase inconcebível, sobretudo por resistência dos docentes que sentem dificuldades em gerir os programas com a inclusão dessas tecnologias, o que aponta claramente para a necessidade de formação no sentido da gestão flexível de programas e para a compreensão de que a estabilidade curricular é efémera. Devem ser objecto de reflexão as situações em que se utilizam estratégias adaptativas das tecnologias aos programas vigentes, o que se pode tornar bastante inadequado pois o uso das TIC não deve substituir-se a outros meios, mas complementá-los, e, no caso de os substituir, deve constituir uma evidente mais valia. Importa acentuar que as formas como se incluem as TIC podem ou não potenciar a construção de sentidos de aprendizagem dos estudantes a partir da complexidade. Uma educação digital não pode ser vista como tendo apenas uma dimensão tecnológica, mas num sentido mais holístico, pois contém dimensões organizativas, estéticas, cognitivas, relacionadas com axiológicas muito relevantes. A Escola tem que reorganizar fisicamente a função destas concepções por forma a que a acessibilidade à utilização de meios e ao acompanhamento desse uso sejam efectivos (Gouveia, 2004).Os desafios a que atrás aludimos têm suscitado o aparecimento de várias iniciativas no âmbito da integração das TIC em contexto educativo e de estudos em que se procura fazer o levantamento e o estudo do impacto dessas mesmas iniciativas, que desenvolveremos mais em detalhe no capítulo seguinte. No país, em 2002 e 2003, foram publicados estudos que visaram conhecer como usam os professores e alunos das escolas portuguesas as TIC. Estes estudos levaram à realização de trabalhos mais localizados, tanto geograficamente como em termos disciplinares/disciplinas. Paiva (2002), fez um estudo sobre a utilização pelos professores, das tecnologias de informação e comunicação. No seu estudo chegou às seguintes conclusões: no Ensino pré-escolar utiliza-se muito pouco as TIC em contexto educativo podendo tal facto dever-se à limitação do parque informático; nos 2º e 3º ciclos e ensino secundário era desejável que o uso do computador, em contexto educativo, fosse mais frequente; os professores que se iniciaram na informática por auto-formação, tipicamente mais jovens, utilizam o computador com mais frequência e qualidade; embora os professores usem, com alguma frequência, os computadores e, em particular a Internet, é muito fraco o uso de e-mail com alunos.Moreira (2003), fez um estudo sobre a integração das TIC na educação, numa perspectiva de contexto da reorganização curricular do ensino básico e verificou que: o rácio de alunos por computador era de 18,6 e que o equipamento não estava instalado nos locais considerados privilegiados para a integração curricular das TIC; a maioria dos professores não tinha formação suficiente na área das TIC, para concretizar a integração curricular das TIC; os Órgãos de Gestão e os professores começam a compreender que a integração das TIC nas práticas lectivas não é compatível com a prática convencional; um grande número de professores utiliza as TIC a nível pessoal e reconhece a necessidade de formação e apoio no desenvolvimento de competências que lhes permitam a exploração das TIC em contexto educativo.Viseu, (2003), fez o estudo sobre os alunos, a Internet e a escola. De acordo com os dados obtidos foi possível concluir que um pequeno número de alunos utiliza a Internet em relação ao global dos alunos da escola (o valor não atingiu os 10%). Acresce-se ainda que, desse reduzido número de alunos, uma pequena percentagem utiliza a Internet com fins escolares.Matos, (2004), fez o estudo sobre as tecnologias de informação e comunicação e a formação inicial de professores em Portugal: radiografia da situação em 2003, reconhece que a qualidade da formação inicial dos professores constitui um dos pontos basilares de progressão do sistema educativo em Portugal, nomeadamente no que se refere às TIC e à sua integração nas actividades curriculares ao nível do ensino básico e secundário, torna-se necessário aprofundar o conhecimento acerca dos modos como a formação é realizada e do seu impacto nas práticas dos professores recém diplomados. É urgente investigar com mais pormenor os modos como as instituições de formação inicial integram as TIC nos seus planos curriculares.As TIC são parte integrante do nosso quotidiano, desde o multibanco até à Internet. Os computadores fazem parte da nossa vida individual e colectiva e a Internet e o multimédia estão a tornar-se omnipresentes. A sociedade de informação introduz uma nova dimensão no modelo das sociedades modernas. Estes modelos de sociedade têm implicações na área da educação e da formação que exigem, por parte de todos os intervenientes, um debate sério e aprofundado (Moreira, 2003, p. 14).As tecnologias de informação e comunicação são um instrumento que propicia representar e comunicar o pensamento, actualizá-lo continuamente, resolver problemas e desenvolver projectos. Favorece a articulação entre as diversas áreas do conhecimento, proporcionando um aprofundamento de alguns conteúdos específicos e levando à produção de novos conhecimentos. A Área de Projecto é um espaço privilegiado, em que a partir de um projecto/problema/tema se pode desenrolar todo um conjunto de actividades, envolvendo uma ou mais ferramentas TIC.A Internet e os seus serviços com as suas potencialidades ao nível da pesquisa de informação, comunicação e partilha de conhecimento, o processador de texto, ferramenta básica no que se refere à produção de documentos escritos, a folha de cálculo, nomeadamente a nível do tratamento de dados e sua representação gráfica, a base de dados, como dispositivo de organização e gestão de informação, a recolha e tratamento de imagem digital, a apresentação electrónica da informação, a edição electrónica e mesmo a produção/edição de vídeo digital, constituem veículos de construção de conhecimento, de partilha e de comunicação indispensáveis na sociedade actual.Segundo Rangel, (1998), enumeramos a seguir alguns aspectos que caracterizam as sociedades actuais e que parecem ter maiores implicações em termos de currículos: o mundo transformado numa “aldeia global”, globalização da economia e internacionalização dos mercados, transferência e mobilidade de actividades e pessoas, circulação ultra-rápida da informação, uniformização dos padrões culturais, redução das barreiras tradicionais do tempo e da distância, formação de blocos (económicos e políticos) multinacionais; acentuado desequilíbrio entre países (países altamente industrializados/países subdesenvolvidos); controlo da ciência e tecnologia pelos países mais industrializados; forte emergência de movimentos nacionalistas e regionalistas e de conflitos étnicos e raciais; alteração profunda na natureza e organização do trabalho e do emprego; alteração na distribuição dos sectores produtivos: intensa terciarização; mudança significativa no tipo e conteúdo das profissões; “encefalização” das nossas sociedades, ou seja, a inteligência tornou-se uma das “mercadorias” mais procuradas; aumento da oferta de trabalho (longevidade, saúde, trabalho feminino); escassez de postos de trabalho — desemprego como problema permanente e crónico; aumento das assimetrias sociais, da pobreza, das bolsas de marginalidade e de exclusão , dos conflitos e da violência em todos os países (ricos e pobres); alteração da composição étnica numa grande parte dos países (fruto da mobilidade, migrações e conflitos generalizados, em certas zonas do planeta); deslocação massiva das populações para os grandes centros urbanos; aumento desenfreado do consumismo nos países mais desenvolvidos; aumento da instabilidade familiar e das taxas de divórcio; diminuição da convivência familiar e social; acentuado individualismo crise acentuada dos valores e dos sistemas ideológicos; perda de confiança nos “grandes modelos” - políticos, sociais e económicos; problemas graves de desequilíbrio ecológico e de degradação do ambiente.Segundo Grilo (2002), temos vindo a assistir a um conjunto de mudanças estruturais nas áreas financeira, económica, tecnológica e política cujas sequências se fazem sentir em praticamente todos os sectores da sociedade. As áreas da educação e da formação são talvez aquelas em que o desafio ganha maior dimensão, dado que a qualidade dos recursos humanos a formar no futuro e a requalificação dos recursos existentes constitui, seguramente, factores decisivos para a consolidação do modelo ou modelos onde se inserem as referidas mudanças estruturais. É importante sublinhar o papel que representa hoje, nas nossas sociedades, o seguinte conjunto de factores e áreas de evolução: as tecnologias da informação que, com a ligação dos computadores às telecomunicações, proporcionam o acesso instantâneo à informação e o contacto permanente entre pessoas e organizações; o uso generalizado do computador como equipamento que significa e optimiza os procedimentos, ao mesmo tempo que reduz os tempos de operação; a implicação de novos processos tecnológicos que reduzem custos mas, simultaneamente, que aumentam a qualidade dos produtos; a introdução de novos processos de administração e gestão; o aparecimento de grupos financeiros e económicos de grande dimensão, resultante de uma politica de fusões entre empresas e grupos, com o objectivo de, em certos sectores, se poderem obter altos níveis de competitividade e produtividade; a criação na Europa de um quadro institucional em que se vai continuar a aprofundar e a consolidar um projecto supranacional - com salvaguarda das identidades culturais e linguísticas de cada um dos países que vieram a integrar o projecto.Conforme refere Marques (1998), a idade, o sexo ou o nível sócio-económico não devem ser limites ou obstáculos no acesso e no usufruto da Sociedade de Informação, pelo que, desde a sua geração, devam estar previstos mecanismos que contrariem esse perigo real. Esses mecanismos devem ter como espaços de intervenção prioritários: a escola e a família, onde se formam adequadamente os cidadãos do futuro; as empresas e centros de formação, onde se requalificam os cidadãos do presente.Para Marques (1998), os desafios associados à revolução que a Sociedade de Infor-mação provocará nos planos educativo, social e cultural, podem ser definidos em três linhas principais: A Sociedade de Informação, se construída como prioridade da dimensão humana, não pode gerar novas exclusões sociais ou acentuar as já existentes. A Escola pode e deve ser o principal espaço de afirmação deste paradigma; a Sociedade de Informa-ção não deve permitir a criação, ou o reforço, de predominâncias culturais, ideológicas ou económicas de alguns protagonistas, defendendo, ao invés, a diversidade e a interdependência entre as comunidades. Como espaço de liberdade, deverá estimular o diálogo na diversidade, a partilha de recursos culturais e a afirmação de cada pessoa, povo ou cultura; os primeiros passos da Sociedade de Informação, ainda em fase de afirmação, deve acentuar o carácter democrático e solidário da sua essência, sendo útil que os projectos mais relevantes se afirmem de utilidade evidente e universal, bem como de fácil acesso.No Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal, a formação ao longo da vida sustenta-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais, que se interligam e que constituem para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias, o que também significa, aprender a aprender, para beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente, a fim de adquirir não somente uma qualificação profissional mas também competências que tornem a pessoa apta a enfrentar as mais diversas situações e a trabalhar em equipa; aprender a viver em comum, a fim de participar e cooperar com os outros, no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz; aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes e que permite a cada um desenvolver melhor a sua personalidade, ganhar capacidade de autonomia, discernimento e responsabilidade.A educação articula-se com a sociedade de informação, uma vez que se baseia na aquisição, actualização e utilização dos conhecimentos. Nesta sociedade emergente multiplicam-se as possibilidades de acesso a dados e a factos. Assim, a educação deve facultar a todos a possibilidade de terem ao seu dispor, recolherem, seleccionarem, ordenarem, gerirem e utilizarem essa mesma informação. A escola pode contribuir de um modo fundamental para a garantia do princípio de democraticidade no acesso às novas TIC e pode tirar partido da revolução profunda no mundo da comunicação operada pela digitalização da informação, pelo aparecimento do multimédia e pela difusão das redes telemáticas. A sociedade de informação corresponde, assim, a um duplo desafio para a democracia e para a educação. Cabe ao sistema educativo fornecer, a todos, meios para dominar a proliferação de informações, de as seleccionar e hierarquizar, com espírito crítico, preparando-os para lidarem com uma quantidade enorme de informação que poderá ser efémera e instantânea. As TIC oferecem potencialidades imprescindíveis à educação e formação, permitindo um enriquecimento contínuo dos saberes, o que leva a que o sistema educativo e a formação ao longo da vida sejam reequacionados à luz do desenvolvimento destas tecnologias.Neste mesmo sentido, refere o Livro de Graciela Selaimen e Paulo Henrique Lima (2004), Cúpula Mundial Sobre a Sociedade de Informação, alguns objectivos indicativos baseados em metas de desenvolvimento acordadas internacionalmente - incluídas as que figuram na Declaração do Milénio, as quais se baseiam na cooperação internacional, que podem servir de referência mundial para melhorar a conectividade e o acesso às TICs a fim de promover os objectivos do Plano de Acção - que devem ser alcançados antes de 2015. Estes objectivos podem ser considerados no estabelecimento de metas nacionais, em função das circunstâncias de cada país: conectar aldeias com as TICs e criar pontos de acesso comunitário; conectar com as TICs universidades, escolas superiores, escolas secundárias e escolas primárias; conectar com as TICs centros científicos e de pesquisa; conectar com as TICs bibliotecas públicas, centros culturais, museus, agências de correios e arquivos públicos; conectar com as TICs centros de saúde e hospitais; conectar todos os departamentos de governo locais e centrais e criar sítios web e endereços de correio electrónico; adaptar todos os currículos das escolas primárias e secundárias para que se adaptem ao cumprimento dos objectivos da sociedade da informação, levando em conta as circunstâncias de cada país; assegurar que todos os habitantes do mundo tenham acesso a serviços de televisão e rádio; fomentar o desenvolvimento de conteúdos e implantar condições técnicas que facilitem a presença e a utilização de todos os idiomas do mundo na Internet; assegurar que o acesso às TICs esteja ao alcance de mais de metade dos habitantes do planeta.Uma sociedade em constante mudança coloca um permanente desafio ao sistema educativo. As TIC são um dos factores mais salientes dessa mudança acelerada, a que este sistema educativo tem de ser capaz de responder rapidamente, antecipar e mesmo promover.Segundo a Acção Nacional TIC para a Educação, a vigorar ao longo de 2001-2006, o futuro perspectivado de uma sociedade de informação e do conhecimento depende significativamente do que hoje ocorre nas escolas. As características e a qualidade da acção educativa que aí decorrem, as aprendizagens realizadas, as competências e os saberes adquiridos são factores condicionantes do percurso social a realizar. Uma educação básica capacitadora de uma cidadania plena para todos pressupõe a existência de referenciais de conhecimento e de desempenho de acesso universal. Estes, consubstanciados num perfil de competências gerais, não podem deixar de ter em conta as implicações específicas e transversais que as TIC comportam.A escolaridade obrigatória assume, com crescente implicação, todas as consequências que decorrem desta realidade. Pretende garantir que, ao finalizar o nono ano, todos os alunos sejam capazes de utilizar as TIC, nomeadamente para seleccionar, recolher e organizar informação, para esclarecimento de situações e resolução de problemas.A exigência de uma tal competência terminal pressupõe o desenvolvimento de diversos saberes e competências ao longo de todo o ensino básico. Trata-se de garantir que as escolas assegurem no currículo dos alunos a possibilidade destes adquirirem uma capacidade significativa na utilização dos computadores e da Internet.Não basta que os alunos sejam capazes de realizar alguns procedimentos elementares no uso das TIC. O desempenho básico neste domínio pressupõe que desenvolvam, de forma flexível e faseada, processos de aprendizagem transdisciplinar, com um tempo signi-ficativo de prática que lhes garanta a transferibilidade das aprendizagens e a autonomia no uso das TIC.Isso pressupõe o inequívoco empenho das escolas e dos professores e o estímulo a aprendizagens autónomas e cooperativas dos alunos. Implica que o uso das TIC esteja presente em várias áreas curriculares para que seja assegurado um percurso coerente de formação e a aquisição de um conjunto de competências claramente referenciado.Neste sentido, o ensino básico, para além da certificação global que propicia no final do 3º ciclo, deve dispor de uma certificação básica em TIC com identidade própria, capaz de balizar as aprendizagens a realizar nestas tecnologias ao longo da escolaridade obrigatória e de certificar a sua aquisição pelos alunos.Este “Certificado de Competências Básicas em Tecnologias de Informação e Comunicação” deve corresponder ao reconhecimento de que o aluno adquiriu ao longo do ensino básico as competências relativas a: aquisição de uma atitude experimental, ética e solidária no uso das TIC; capacidade de utilização consistente do computador; desempe-nho suficiente no manuseamento do software utilitário essencial; capacidade de recolha e tratamento de informação, designadamente com recurso à Internet, e desenvolvimento de interesse e capacidade de auto-aprendizagem e trabalho cooperativo com as TIC.Um professor com competências básicas em TIC terá conhecimentos e competências em cinco vertentes: atitudes positivas, numa perspectiva de abertura à mudança, receptividade e aceitação das potencialidades das TIC, capacidade de adaptação ao novo papel do professor como mediador e orientador do conhecimento face aos alunos, estimulando o trabalho em grupo; promoção de valores fundamentais no uso das TIC, incluindo a atenção às questões de segurança/vigilância sobre a informação na Internet, as questões de direitos de autor e éticas relativas à utilização das TIC, etc.; competências de ensino genéricas sobre quando utilizar e como integrar as TIC nas diferentes fases do processo de ensino, partindo do planeamento até à avaliação e modo de usar as TIC para estimular as dinâmicas da escola; competências para o ensino da disciplina/área curricular, incluindo o modo como integrar as TIC no curriculum, conhecer e avaliar software educacional, como explorar os recursos existentes na escola, estar familiarizado com o equipamento, estar atento às questões de segurança/vigilância sobre a informação na Internet, às questões de direitos de autor e éticas relativas à utilização das TIC, a questões relativas às condições de acessibilidade da Internet para públicos com necessidades especiais; capacidades de manuseamento das ferramentas, incluindo software utilitário e de gestão pedagógica, em contexto educativo.Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira, os decisores políticos têm desenvolvido iniciativas tendentes a dar às novas gerações a possibilidade de acesso às médias digitais. Estas iniciativas têm visado fundamentalmente o apetrechamento das escolas em meios informáticos, a ligação das escolas à Internet e a formação de docentes (Projecto Minerva; Projecto REI; Programa Prof2000; Projecto Uma Família Um Computador; Projecto Madeira Digital). Tais iniciativas têm registado alguns resultados po-sitivos, embora limitados a uma pequena percentagem da comunidade escolar da Região Autónoma da Madeira. A maioria destes projectos não funciona em todas as escolas, depende da realização da candidatura da escola aos projectos e da sua aceitação por parte do Júri dos mesmos. Adicionalmente, cada escola integrada num projecto não abrange todos os seus alunos; normalmente desenvolve actividades no âmbito de um clube, apenas com os alunos que se inscrevem nele.Neste momento, em Portugal, parece existir vontade política consagrada no Decreto-Lei nº6/2001. O diploma estabelece a educação para a cidadania, o domínio da língua portuguesa e a valorização da dimensão humana do trabalho, bem como a utilização das TIC como formações transdisciplinares, no âmbito do ensino básico, abordando de forma integrada a diversificação das ofertas educativas, tomando em consideração as necessidades dos alunos, definindo um quadro flexível para o desenvolvimento de actividades de enriquecimento do currículo. O programa de Tecnologias de Informação e Comunicação (9º e 10º Ano) refere que se pretende que seja uma disciplina essencialmente prática e experi-mental, orientada para formação de utilizadores competentes nestas tecnologias. Para atingir esta meta, o ensino de TIC deverá ser feito em articulação e interacção com as demais disciplinas, por forma a que os alunos sejam confrontados com a utilização das aplicações informáticas mais comuns em contextos concretos e significativos.O despacho nº 16 149/2007 vem potenciar o uso das TIC, no 8º ano, áreas curriculares não disciplinares, preferencialmente na Área de Projecto para uma maior eficácia na aplicação de programas de apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem. Desta forma, um tempo lectivo de 90 minutos deverá ser destinado à utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação para atingir os objectivos destas áreas não curriculares.No próximo número, abordaremos as respostas dos alunos da Área Projecto do 9º Ano, de todas as Escolas da Região, a um inquérito sobre a utilização das TIC na Educação.


Bilbiografia:
Decreto-Lei nº 6/2001Despacho nº 16 149/2007
Azevedo, Joaquim (1998). Sessão de Abertura. In Marques R. and all (Ed.). Na Sociedade de informação: O Que Aprender na Escola?, 81-96. Porto. Edições ASA.
Gouveia, Luís Borges and Gaio, Sofia ( 2004). Sociedade da Informação. Balanço e Implicações. Porto. Edições Universidade Fernando Pessoa.
Grilo, Marçal (2002). Desafios da Educação. Lisboa. Oficina do Livro.
Matos, Filipe de Lacerda (2004). As Tecnologias de Informação e Comunicação e a Formação Inicial de Professores em Potugal: radiografia da situação em 2003. Centro de Competência Nónio Século XXI ad Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Lisboa.
Moreira, Ana Paula Génio (2003). Integração das TIC na Educação: Perspectivas no Contexto da Reorganização Curricular do Ensino Básico. Universidade do Minho. Instituto de Educação e Psicologia.
Rangel, M (1998). Reordenar o Currículo do Ensino Básico Fáce à Sociedade de Informação. In Marques R. and all (Ed.). Na Sociedade de informação: O Que Aprender na Escola?, 81-96. Porto. Edições ASA.Viseu, Sofia (2003). Os Alunos, a Internet e a Escola. Ministério da Eucação – Departamento da Educação Básica.

António Freitas - Grupo 520

MANIFESTO EM PROL DOS AFECTOS


É legítimo sentir-se optimista, sentir alegria, sentir-se bem.
É legítimo sentir amor, sentir desejo de estar em contacto emocional e físico.
É legítimo competir, querer vencer, ser o melhor, o primeiro.
É legítimo perder, fracassar, desesperar.
É legítimo ser curioso, querer descobrir, fazer justiça.
É legítimo sentir confiança, sentir carinho, sentir esperança.
É legítimo achar graça, sorrir e rir.
É legítimo sentir vontade de chorar. É legítimo chorar.
É legítimo ser diferente: interna, externa e interna e exteriormente.
É legítimo sentir-se bem, sentir ternura por si, pelos outros pela vida.
É legítimo sentir ressentimento, ira, raiva.
É legítimo sentir gratidão, sentir simpatia, sentir empatia.
É legítimo sentir coragem, sentir-se forte, poderoso.
É legítimo sentir desânimo, solidão, mágoa.
É legítimo ter amigos, abraçá-los, discordar, partilhar.
É legítimo não ter soluções, não ter questões, não ter depressões.
É legítimo sentir admiração, sentir orgulho, sabedoria.
É legítimo sentir-se frágil, vulnerável, “um vidrinho”.
É legítimo pedir ajuda. É legítimo ser ajudado.
É legítimo ser tolerante, ser bondoso, perdoar.
É legítimo sentir-se feliz. É legítimo sentir-se infeliz.
É legítimo estudar, saber, sonhar.
É legítimo sentir paixão, compaixão, desilusão.
É legítimo sentir-se a explodir de contentamento.
É legítimo querer estar só. É legítimo precisar de estar só para conseguir reflectir, organizar ideias, etc.
É legítimo sentir algo que não se consegue definir, porque nunca se sentiu antes.
É legítimo atingir metas e criar outras. É legítimo descansar antes, durante e depois.(...)
É legítimo o sentimento qualquer que ele seja.
Não é legítima qualquer acção (inclui as verbais) que vise prejudicar.

Maria de Fátima Saldanha Vieira(psicóloga)

Curso de Inglês e Alemão


Os Cursos de Inglês e de Alemão nasceram da necessidade de usar a língua Inglesa e Alemã em situações práticas do dia-a-dia. Um excelente exemplo são as viagens efectuadas ao estrangeiro em que é imperativo dominar o vocabu-lário e as estruturas linguístico-gramaticais específicas e adequadas a transacções aeroportuárias, a transacções bancárias, a situações de comunicação relativas aos correios, a agências de viagens e de aluguer de automóveis, a hotéis e restaurantes, bem como, a outras situações de lazer e entretenimento. Os cursos destinam-se a todos os docentes, funcionários e pessoal administrativo, aos encarregados de educação e mesmo aos discentes que necessitam ou venham a necessitar de enfrentar realidades diárias em que o Inglês e o Alemão seja fundamental. Num mundo em constante renovação em que é fundamental ter em consideração as realidades da União Europeia e da globalização, serão ainda objectivos relevantes: identificar símbolos e comportamentos típicos da cultura anglo-saxónica e alemã, fomentar a partilha e troca de informação e ideias relativamente a universos culturais e sociais díspares, reconhecer a utilidade das línguas Inglesa e Alemã nos contextos escolar, laboral, académico e social na RAM, servir-se do Inglês e Alemão como veículo de documentação e, sobretudo, comunicar além fronteiras instintivamente e em contextos autênticos de comunicação. A nível das estratégias e actividades, contamos promover nas sessões do curso a audição de cassetes e CDs, o visionamento de vídeos e DVDs, diálogos contextualizados, dramatizações de situações reais, visitas de estudo a locais onde se privilegie o uso da língua Inglesa, abordagem de temas actuais, …Estes cursos funcionarão com uma sessão semanal para cada grupo de modo a proporcionar uma correcta aprendizagem dos conteúdos de forma progressiva, sistemática e prática segundo uma abordagem indutiva e, consequentemente, formativa e comunicativa.

CURSOS DE INGLÊS Iniciação
- Terças-feiras14h às 15h, sala 307. Iniciação
- Quartas-feiras15h às 16h, sala 307. Avançado
- Quintas-feiras9h às 20h, sala 110


CURSO DE ALEMÃO Iniciação
- Terças-feiras19h às 20h, sala 104

Clara Sousa e Gilda Figueira - Grupo 330

Filândia


A Finlândia, em finlandês Suomi, é um país escandinavo, vizinho da Suécia, da Rússia e da Noruega.Por questões políticas os finlandeses sentem uma especial aversão aos russos que durante a Guerra de Inverno conquistaram províncias a que a Finlândia tinha direito.Contudo, os vizinhos suecos também não são muito bem vistos, pois a Finlândia sempre desejou que no país apenas houvesse uma língua oficial, o finlandês, embora de momento as duas línguas oficiais ainda sejam o finlandês e o sueco.A Finlândia tem como população 5 milhões de habitantes, a sua capital é Helsínquia e possui uma superfície de 337 000 km².Esta média superfície é constituída por inúmeros lagos - 187 888 e ilhas - 179 584. Os primeiros, de água doce, encontram-se principalmente no centro do país e já os segundos no sul do país.Uma outra característica a ter em conta na superfície finlandesa é a vasta área florestal que ocupa cerca de 60% da área terrestre.Quanto à religião, uma grande maioria da população finlandesa pertence à Igreja Luterana, uma vertente do Cristianismo mais suave, digamos, visto que, se considerarmos aspectos como a não existência do celibato ou o facto das mulheres também poderem exercer funções de padre, podemos considerá-la mais liberal.A população finlandesa tem sempre sido concentrada na região sul do país.Eu nasci em Turku, a mais antiga cidade finlandesa, localizada no sudoeste do país, dividida pelo rio Aura que passa no coração da cidade.Todos os verões elejo o mesmo lugar para férias, o meu país, que ao contrário da imagem estandarte passada para os que lá nunca foram nem todos os meses são frios, nem os pinguins correm por entre os carros nas cidades, nem tão pouco temos de ficar em casa no Verão devido a tempestades de neve.O Verão é sagrado para os finlandeses. Se no Inverno, estes fogem para destinos mais exóticos e calorosos como a nossa ilha da Madeira, no Verão nutrem um grande gosto por aproveitar as suas casas de campo, comer gelados, apanhar cogumelos (grande paixão gastronómica) e frutos silvestres de sabores muito peculiares. Estes últimos encontrados na vasta floresta onde observamos os finlandeses com botas de borracha de cano alto e redes de mosquito presas aos chapéus. Contudo, estes frutos e cogumelos não são os únicos habitantes das florestas finlandesas, outros deles são veados, cobras e ursos raramente vistos pelas pessoas.
O clima finlandês é imensamente contrastante. As temperaturas no Verão podem atingir os 30 Cº enquanto que no Inverno atingem os 20 Cº negativos.Um quarto do território finlandês situa-se a norte do Círculo Polar Árctico e, consequentemente é possível experi-mentar o Sol da meia-noite mais frequente à medida que se caminha para norte, o Sol não se põe durante 73 dias no Verão e não nasce durante 51 dias no Inverno.Eu adoro o meu país, sou muito patriota, sempre me despertou uma curiosidade imensa, embora nunca lá tenha vivido, o motivo provavelmente é esse mesmo, pode não passar de uma mera curiosidade do desconhecido.

India Väyrynen - 12º 44

Quota ou cota?


Contentor


Quantas caixas com dimensões 1m x 5m x 50 cm cabem num contentor de dimensões 6m x 5m x 4m?

De que número se trata?


Um número entre 1 e 50 satisfaz as seguintes condições:É divisível por 3; a soma dos seus dígitos está entre 4 e 8; é ímpar; o produto dos seus dígitos está entre 4 e 8?Que número é?

Couves de Bruxelas


Um comerciante recebeu uma caixa de couves de Bruxelas com muitas impróprias para consumo.Para se queixar, contou-as, obtendo 114, o que corresponde a 8 por cento do conteúdo da caixa.Quantas couves de Bruxelas estão na caixa?

Prato principal


Um almoço custa 14 euros. O prato principal custa o dobro da sobremesa e a sobremesa custa o dobro da sopa.Quanto custa o prato principal?

Ampliação


Uma fotografia que mede 7.5 cm por 6.5 cm vai ser ampliada. Se a dimensão maior é transformada em 18 cm, qual é a nova medida do lado menor?

Obra de arte


Um escultor recebe uma peça de mármore com140 kg. Na primeira semana retira 35% da peça, na segunda retira 26 kg. Finalmente, na terceira, retira dois quintos do restante, terminando a estátua.Quanto pesa esta obra de arte?

Bola saltitante

Uma bola cai de uma altura de 12 m, bate no chão e ressalta metade dessa distância, após o que volta a cair. O ressalto seguinte é de novo metade da altura da queda e assim sucessivamente.Que distância percorreu a bola até bater no chão pela quinta vez?