sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Testemunhos do Liceu: Maria Ângela Teixeira Borges


Espaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar…É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam?

Nome: Maria Ângela Teixeira Borges Gonçalves Melim
Idade: 51 anos
Profissão: ProfessoraAdjunta do Secretário Regional da Educação
Área de formação: Português / Francês
O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida?

Ângela Borges – Estudei durante nove anos num colégio, sendo que a minha transição para o Liceu representou uma grande mudança. Essa mudança consistiu na frequência de novos espaços, no conhecimento de outro tipo de organização, no convívio com novos colegas.

O Lyceu – O que mais a marcou durante os anos de frequência do Liceu?

Ângela Borges – Penso que a resposta anterior já referencia alguns desses aspectos. No entanto, poderei realçar o factor humano. Ingressei numa área pouco escolhida pelos alunos; daí que estivesse integrada na turma de Germânicas, tivesse aulas de Grego com os alunos de História e nas aulas de Francês éramos três elementos. Ora tudo isto permitiu-me conviver com muitos colegas e “fazer” muitos amigos. Para além deste facto, existiam apenas cinco turmas de Secundário, pequeno universo muito favorável ao estreitamento de laços.

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Ângela Borges – Não é muito fácil responder a esta questão, dada a abrangência da mesma. A temática da Educação, à partida, envolve vários e diferentes parceiros / agentes o que, naturalmente, dificulta o seu desenvolvimento. Actualmente as escolas modernizaram-se, é assegurada a formação docente e não docente para que o nosso público-alvo seja cada vez mais valorizado não só a nível co-gnitivo mas também pessoal e social. Penso que aqui a escola mudou e dá resposta a estas dimensões. Penso também que as nossas crianças e os nossos jovens saem da escola com uma formação mais integral, embora se oiça, muitas vezes, dizer que, antigamente, é que se aprendia… Como é obvio, com as mudanças sociais, a escola também teria de sofrer transformações! Mudaram-se “curricula”, alteraram-se programas, metodologias.. Tudo isso foi feito! No entanto, ainda se assiste a algum abandono escolar… Quais os motivos? Familiares, desmotivação relativamente às aprendizagens, programas desinteressantes e repetitivos, “curricula” demasiado extensos? Poderia enumerar uma série de motivos que provocam o insucesso mas naturalmente que a responsabilidade não é exclusivamente do aluno. Há que reflectir sobre o assunto! Antes de terminar, gostaria ainda de enfatizar, pela positiva, a forma como o sistema educativo “abraçou” o sistema formativo e vice-versa. A Escola cresceu, os nossos jovens ganharam com este processo e, consequentemente, toda a sociedade!

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valiapara a aprendizagem do aluno?

Ângela Borges – Actualmente, não conhecer ou não dominar as novas tecnologias re-presenta, de certa forma, uma exclusão social. No âmbito da Educação, os docentes têm vindo a ser alvo de muita formação no sentido de poder actualizar as metodologias de ensino.Considero que as TIC deverão começar a constituir-se como uma ferramenta de suporte pedagógico e não apenas na óptica do ultilizador "normal".

Vanda Gouveia - Grupo 300

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