Idade: 22 Anos
Universidade: Faculdade de Ciências Médicas – Universidade Nova de Lisboa
1. Razões que estiveram na origem da escolha deste curso:
Escolhi este curso por três razões, sem qualquer ordem no processo de escolha. A medicina surgiu no meu caminho porque vejo-a como uma profissão gratificante, em termos pessoais e em termos solidários, ajudando quem precisa; tinha nota de entrada que me permitiu entrar no que pretendia e tem boas perspectivas de emprego.
2. Adaptação à vida universitária:
A vida universitária em nada tem a ver com a vida do secundário, é mais auto-dependente, ninguém nos diz quando e como estudar. O estudante universitário tem que aprender a gerir o tempo e, acima de tudo, o esforço porque a matéria é muito mais difícil e quantitativamente interminável.
a) Professores – Pela minha experiência, os professores da universidade são isso mesmo, e não orientadores de vida, como ocorre no Ensino Secundário.
b) Colegas – O período de vida universitário é o melhor em termos de amizade com colegas, digo de amizade, pois tive a sorte de criar grandes amizades com todos os meus colegas. Ao chegar na semana de praxes a timidez reina, mas as amizades começam a formar-se, quer seja apenas ao ajudar uma rapariga que torceu o pé ou a partilhar um táxi para casa, as pessoas com quem se faz isto serão aquelas que um dia nos estarão a explicar a matéria que nos escapou e são quem nos atura quando só queremos chorar e desistir.
d) Espaço – A cidade em que agora vivo, Lisboa, é grande e imensa, cheia de recantos e histórias, cheia de excentricidade e melancolia. Os recantos das pequenas ruas da Baixa e do Bairro Alto, tão diferentes do dia para a noite, as histórias que Belém tem para contar, a excentricidade de todos os dias ver alguém diferente de nós e de quem aprendemos a gostar e a melancolia dos fins-de-semana vazios e sozinhos, longe da família. Eu habituei-me a tudo isto e, na verdade, não podia gostar mais.
e) Episódio marcante?
Um dos episódios mais marcantes que vivi desde que entrei neste curso foi ao diagnosticar uma patologia que não tinha sido reconhecida por um médico porque senti que tinha a intuição médica de que muitos falam e que até antes nunca tinha sentido.
3. Como tem sido o seu desempenho enquanto estudante universitária?
O meu desempenho como estudante universitária tem sido regular, com tempos mais fáceis do que outros, mas sempre com muito proveito ao atingir um objectivo.
4. Quais os seus objectivos a curto e a longo prazo?
A curto prazo, tenciono fazer um semestre de estudo noutro país, através do Programa Erasmus e, a longo prazo, acabar o curso e ser o mais competente possível, em termos profissionais.
5. Que mensagem quer deixar aos jovens alunos da Escola Secundária Jaime Moniz?
Gostaria de deixar essencialmente um conselho.
Nunca esquecer que dependemos acima de tudo de nós.
À medida que crescemos depressa percebemos que o Mundo depende mais de nós do que nós dele, dando-nos cada vez menos uma rede de segurança, deixamos de ter os pais tão perto para nos proteger, deixamos de ter a cumplicidade dos amigos porque a distância e o tempo não a permitem, os professores deixam de ser orientadores para passar a serem meros veículos de informação e a disponibilidade para nos sentirmos bem connosco próprios são mais raras. Nunca esquecerei como começou um teste de biologia no 11º ano: “o importante não é dar o peixe, mas ensinar a pescar”. Posso considerar que foi nessa altura que aprendi a pescar. Ao chegar à faculdade percebi que o prazer de tudo, nomeadamente estudar, não está no peixe, está sim, na pesca, na maior parte das vezes uma pesca solitária.
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