Funchal, 8 de Janeiro 2009
Querida Vanessa,
Estou a escrever-te para dizer o quanto te amo. Escrevo-te porque, na minha opinião, consigo expressar-me melhor assim. Escrevo-te porque não posso estar contigo.
Imagina que te escrevo em voz baixa, porque quando queremos exprimir algum sentimento, dizemo-lo em voz baixa. Assim, parece ser dito de uma maneira mais profunda, parece ter outro significado. Escrevo-te numa bela tarde de Inverno, tal e qual aquela em que presenciamos o sol que se escondia lentamente por trás do horizonte enquanto nós, eternos apaixonados, ficávamos ali abraçados a contemplar aquele maravilhoso momento e a desejar que nunca tivesse fim.
Sei que estamos longe um do outro, há um imenso oceano a separar-nos e parece que o destino está contra nós, mas, Vanessa, tu sabes que o nosso amor é verdadeiro e não vão ser uns tantos quilómetros de distância e o maroto do destino que vão fazer com que deixe de ser. Nada nem ninguém alguma vez conseguirá destrui-lo. Sei que existem aqueles dias difíceis em que nos apetece atirar para o lixo uma vida de recordações, na esperança que ao fazê-lo a dor desapareça e nos esqueçamos de tudo, e desistir, pura e simplesmente desistir de nós. Eu sei que existem dias assim, mas quando eles aparecerem tenta lembrar-te de todos os momentos que passámos juntos. Lembra-te de quando deitavas a cabeça no meu ombro e ficávamos assim abraçados durante horas; lembra-te de quando me abraçaste como se nunca me quisesses largar; lembra-te de quando prometemos passar o resto das nossas vidas juntos; lembra-te de quantas vezes te lembrei num dia que te amo; lembra-te de quando te sussurrei ao ouvido que és tudo para mim; lembra-te de quando te disse no silêncio de um olhar que não posso viver sem ti. Relembra, relembra e relembra tudo de novo. E, se ainda não for suficiente, fica um pouco em silêncio e conseguirás sentir-me dentro de ti.
Existem ainda aqueles dias em que me questiono, agora quando acordas de manhã e não estou a teu lado, se é em mim que pensas.
Nos finais do ano passado, estava sentada naquele banco de jardim, onde passámos algumas das nossas tardes juntos, também a escrever para ti. Não estava sozinho, estava acompanhado da mulher da minha vida. Sentia-me inteiramente feliz e seguro. Contente com a felicidade de todos os segundos passados ao teu lado. Tu olhavas-me como se fosse o homem da tua vida, aquele, aquele com quem sempre sonhaste e que queres passar o resto da tua vida. Sentia-me dono do mundo.
Apesar de hoje não estar naquele mesmo banco de jardim e estar a quilómetros de distância, ainda te sinto aqui, sentada a meu lado como naquele dia, com o pescoço apoiado no meu ombro. E, são pequenos gestos como estes, olhares e o silêncio, que me roubam as palavras.
Poderia escrever-te um livro para tentar exprimir com meia dúzia de letrinhas o que sinto por ti, mas não chegaria nem perto do que realmente sinto, não existem palavras para o explicar, quanto mais escrevo parece que mais fica por dizer.
Sem saber o que mais dizer, despeço-me de ti, lembrando-te mais uma vez que te amo. Um beijo,
Nuno.
P.S. Tenho saudades tuas.
Mariana Nunes, 10º42
1 comentário:
Bravo!
Enviar um comentário