segunda-feira, 11 de maio de 2009

Rostos do Liceu: Emanuel Gonçalves



O Lyceu: Fala-nos de Emanuel Gonçalves do seu projecto de vida, dos seus sonhos, dos seus gostos…

Emanuel Gonçalves: Eu sou o Emanuel Luís Abreu Gonçalves, tenho 19 anos e sou atleta nadador. Estudo desporto, porque futuramente quero seguir algo dentro da minha área, a Natação. Quanto aos meus sonhos, eu sou muito ambicioso. Tenho como grande objectivo os Jogos Paralímpicos de Londres de 2012, mas, antes disso, já conto com muitas outras internacionalizações, nomeadamente o Campeonato Europeu na Islândia, em Outubro deste ano, prova para a qual já estou qualificado.


O. L.: Como nasceu a tua apetência pela Natação?


Emanuel Gonçalves: Aos meus 6 anos de idade, tive um vírus que me afectou o sistema nervoso e levou-me a ficar paralisado por breves meses. Por aconselhamento médico, entrei para a Natação, que só me veio beneficiar tanto ao nível de saúde como também veio a abrir as portas a minha carreira desportiva ao mais alto nível. Contudo, o apoio de todos aqueles que desde sempre me acompanharam, pais, treinadores, colegas, é indispensável.

O. L.: Descreve a Natação enquanto actividade desportiva.

Emanuel Gonçalves: Enquanto actividade desportiva, a natação é muito produtiva, porque não só é o desporto mais completo de todos, sendo aquele que faz trabalhar todos os músculos do nosso corpo, como também é uma actividade que proporciona convívio com outros praticantes e o bem-estar físico de todos.

O. L.: Ser um desportista de alta competição é um desafio? Até que ponto?

Emanuel Gonçalves: Sem dúvida alguma que sim. Ser atleta de alta competição é um estatuto que se adquire por estar entre os melhores do nosso País e, não só lutamos imenso para o conseguir, como também lutamos para o manter durante cada época desportiva… O facto de levarmos uma bandeira ao peito cada vez que competimos, a responsabilidade de que nada pode falhar e a garra de ganhar mais e mais são desafios feitos a nós mesmos e sem eles provavelmente nunca evoluiríamos…

O. L.: Como consegues conciliar a alta competição, no que se refere às tuas participações em torneios internacionais, com a vida escolar?

Emanuel Gonçalves: A escola é indispensável para o futuro de cada um de nós, ela é a preparação da minha vida profissional, por isso um atleta de alta competição não se dedica exclusivamente à modalidade, mas também à escola. Uma das nossas vantagens é que, quando competimos ao nível internacional, temos direito a uma data de coisas que visam compensar as aulas perdidas, nomeadamente, o acesso às matérias.


O.L.: Vale a pena ser um atleta de alta competição, quer em termos de pessoais quer em termos profissionais?

Emanuel Gonçalves: Sim. Gostar daquilo que fazemos é a base do nosso sucesso. Um atleta motiva-se dentro daquilo que consegue alcançar, sendo a motivação o factor com maior responsabilidade por que consiga atingir os seus objectivos. Esta é, sem dúvida, importante em todos os aspectos da vida.

O.L.: Certamente que já és considerado uma referência para os Madeirenses, tendo em conta o teu palmarés. Como lidas com essa “fama”? É fácil geri-la?

Emanuel Gonçalves: Infelizmente, aqui na Madeira, a Natação é inserida num conjunto de outras modalidades às quais apelidam de “amadoras”, dado que as pessoas têm mais interesse num jogador de futebol, que recebe os seus ordenados estrondosos, anda com luxos extravagantes, é capa de revistas e, muito provavelmente, não é tão aplicado como nós. Esta é uma coisa que me perturba imenso… e não me refiro só a mim, mas a muitos outros grandes atletas de alta competição da nossa região, que deveriam ser mais apoiados.


O. L.: Que mensagem deixas aos teus colegas da Jaime Moniz e para os jovens em geral?

Emanuel Gonçalves: Aos meus colegas da Jaime Moniz e para os jovens em geral, deixo esta mensagem: façam, do vosso sonho, realidade e nunca deixem de acreditar que tudo é possível. O esforço é sempre recompensado!
Fonte da foto: Emanuel Gonçalves.

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