segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910): As instalações


O Liceu durante a Monarquia Constitucional (1837 - 1910):


As instalações


O Liceu ficou instalado no mesmo local onde funcionavam as “Aulas do Páteo”, que tinham sido decretadas em 1772 pelo Marquês de Pombal e que constavam de 3 aulas de latim, uma de grego, outra de retórica e outra de filosofia. O local era uma dependência do Colégio dos Jesuítas, na rua dos Ferreiros, onde hoje é uma loja e armazém de vinhos. Situava-se num rés do chão e tinha apenas três salas3, apesar de o Art.º 59º do Decreto de 17 de Novembro de 1836, determinar que “Os Liceus serão estabelecidos em edifícios públicos, bem situados e saudáveis, e quanto puder ser apropriados à boa ordem e economia das aulas”.Com o passar dos anos o número de alunos aumentou e as novas orientações pedagó-gicas tornaram o espaço, já de si exíguo, no maior pesadelo para o reitor e para os professores, impróprio para a prática lectiva, visto ser uma casa velhíssima, em péssimas condições higiénicas, não tinha capacidade necessária para as aulas estabelecidas por lei que regula o ensino secundário, nem a mobília indispensável para a frequências delas, levando a um estado de degradação. Em 1850, o Governador Civil Conselheiro José Silvestre Ribeiro num relatório enviado para o Ministério, após algumas reparações que mandara executar, afirma: “Espero que na abertura do próximo futuro ano lectivo, as aulas apresentarão estado bem diferente que até agora tinham, podendo ser visitadas por nacionais e estrangeiros, sem que o aspecto delas seja, como por muito tempo foi, um motivo de vergonha para todos nós.”4 Assim o Conselho, em 23 de Março de 1867, delibe-rou que se oficiasse ao Governo de sua Majestade que através da Repartição das Obras Públicas se procedesse à escolha de local e orçamento de despesa a fazer com um liceu, “porquanto é sobejamente conhecido a impossibilidade e inconveniência que há em que este estabelecimento continue com a exiguidade de condições em que se acha, exigui-dade que se converte em prejuízo do ensino e disciplina por que cumpre zelar.”5Apesar de todos os pedidos e deliberações, o estado das instalações continuava em estado miserável, com somente três salas frias, húmidas, escuras. Em 18746 o Conselho volta novamente a consultar o Governo acerca do péssimo estado do edifício e sobre a conveniência de transferir o edifício do Liceu para a casa onde está o asilo que se destinara para o Lazareto. Ainda, devido ao péssimo estado de ruína do edifício, o Conselho em sessão de 3 de Junho de 1880, resolve não realizar qualquer comemoração para se associar aos festejos do tricentenário de Camões.Após diversas e constantes insistências dos principais responsáveis, o liceu muda-se para a casa do Barão de S. Pedro - actual DRAC - na Rua dos Ferreiros, melhorando imenso as condições de ensino e de aprendizagem, permitindo o funcionamento das salas de estudo criadas pela lei de 11 de Junho de 1880.


Jorge Moreira - Grupo 400


(Na foto, o segundo edifício do Liceu, a Casa dos Barões de S. Pedro, actual D.R.A.C.).

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